|
|
|
|
PROJETO FAZENDA ESCOLA FUNDAMAR /
MONOGRAFIAS SOBRE EDUCAÇÃO
Ensino Fundamental para a Criança da Roça: um contraponto entre
a Pedagogia de Helena Antipoff e a Pedagogia da Escola Fundamar.
MARIA LÚCIA PRADO COSTA
Projeto de Pesquisa elaborado como parte da Avaliação do Curso de Capacitação em
Serviço Social e Política Social (CEAD/ CRESS/ UnB)
Paraguaçu
Junho de 2001
Sumário
Apresentação
Base Teórica e Conceptual de Pesquisa
Hipóteses
Justificativa
Objetivos
Metodologia
Instrumentos de Pesquisa
Cronograma
Bibliografia
Anexo
Apresentação
Como projeto de pesquisa estou selecionando um tema pertinente à
política social de educação para crianças e adolescentes.
Tomando como referência meu trabalho como assistente social do projeto de
nucleação do ensino rural - Fazenda-Escola (1984- ...), localizada em Paraguaçu,
Minas Gerais - me proponho a tentar estabelecer um paralelo entre a pedagogia
desenvolvida por este projeto e a pedagogia propugnada pela educadora Helena
Antipoff (1892-1974) para o ensino rural.
Para análise desta, estou definindo o período de 1956-1961, tomando como fonte
principal de consulta o material do I.S.E.R. - Instituto Superior de Ensino
Rural, hoje sob a guarda da Fundação Helena Antipoff, em Ibirité, MG1. As
primeiras iniciativas de Antipoff voltadas para o ensino rural parecem datar de
1948 - Cursos de Treinamento para Professores Rurais; o I.S.E.R. veio a ser
instituído em 1955 e durou comprovadamente até 1970, segundo documento que
comemora os 15 anos da instituição. Contudo não sabemos ao certo quando se
encerraram os trabalhos para o ensino rural de Helena Antipoff e seus
seguidores2.
Contudo a definição do marco temporal entre 1956-1961 aqui se faz em função da
existência da série quase completa dos diários das alunas do Curso de
Supervisoras e Orientadoras do I.S.E.R. para o ano de 1956 no arquivo acima
referido e da localização de um minucioso relatório descritivo das escolas
rurais de Paraguaçu, realizado pela então aluna do I.S.E.R., Maria do Carmo
Bueno, referente ao ano de 1961.
E ainda porque o período de nosso estudo coincide com os mandatos do Presidente
da República, Juscelino Kubitscheck, e do Governador do Estado de Minas Gerais,
José Francisco Bias Fortes (1956-1961), ambos mineiros e filiados ao PSD -
Partido Social Democrático. A investigação sobre o suporte - supostamente
permanente e generoso do Poder Público no nível estadual e federal - à Fazenda
do Rosário, um projeto centrado em Minas Gerais, mas de amplitude nacional, é um
dos nossos temas de pesquisa, na tentativa de estabelecer alguma correlação
entre os interesses da elite e o trabalho de Helena Antipoff "para a fixação
do homem no campo".
A análise das fontes primárias - do fundo de arquivo da Fundação Helena Antipoff
- e ainda a coleta de alguns depoimentos de seus ex-auxiliares , e de
pesquisadores de sua obra, pretende identificar os principais fundamentos
teóricos e metodológicos da pedagogia realizada pelo I.S.E.R. na formação dos
educadores rurais. A partir desta análise poderemos estabelecer um paralelo
entre estes fundamentos e aqueles que sustentam a pedagogia da Escola Estadual
Fundamar - principalmente no que se refere à participação da comunidade rural no
desenho desse projeto educativo.
Secundariamente nos interessa investigar se o I.S.E.R. concebia a escola rural
pública como uma escola diferenciada da escola urbana pública, e se tais
diferenças eventualmente evidenciadas nos programas de ensino, no tempo de
escolarização, na ênfase da "educação das mãos" etc, reforçavam o conceito de
que a escola rural demandava um ensino mais empobrecido e colado à realidade
imediata dos alunos. Ou seja, para crianças pobres da roça, uma escola
igualmente pobre e meramente reprodutora das relações sociais em que se inserem
de maneira subalterna as famílias dos alunos.
Base Teórica e Conceptual da Pesquisa
A Escola Fundamar não encontra hoje em Minas Gerais, em funcionamento,
experiências similares em que possa se espelhar. Projeto pioneiro de nucleação
no Estado (1984), integrando ensino formal ao ensino do artesanato e da
arte-educação para 500 alunos da zona rural, vem construindo sua pedagogia sem
grande fundamentação teórica.
A possibilidade de estabelecer uma interlocução com a experiência do I.S.E.R.,
coordenada por Helena Antipoff, pioneira como problematizadora e gestora de uma
pedagogia para a infância da roça em Minas Gerais, a partir da formação de
professores, orientadores e supervisores de escolas rurais, poderá servir como
contraponto para a re-interpretação do projeto Escola Fundamar. Esta convicção
se fortalece mais ainda quando se constata que antes e depois do I.S.E.R. não
houve nenhum movimento básico de política social de educação rural (hoje
equivalente ao primeiro ciclo do ensino fundamental) que sequer se aproximasse
da amplitude alcançada pelo Instituto que mobilizou educadores de todo o Brasil3.
Críticas a pouca consistência das políticas de educação rural que antecederam ao
I.S.E.R. nos são apresentadas pela própria educadora:
É altamente prejudicial e deprimente a falta de continuidade com que foram
lançados os movimentos ruralistas, tais como a "Educação de Base", a Comissão
Brasileiro-Americana de Educação das Populações Rurais (CNER)4,
treinamento de professor rural em cursos intensivos de férias e semestrais, o
Serviço Social Rural (SSR) e tantos outros. (Antipoff,1966:170).
Há por certo quem se lembre do importante trabalho feito pela ACAR - Associação
de Crédito e Assistência Rural, em Minas Gerais e especificamente no município
de Paraguaçu nos anos 50 e 60, mas este não visava diretamente à educação
primária formal da clientela rural. O primeiro escritório da ACAR em Minas
Gerais foi criado em 1949 e o de Paraguaçu data de 03.11.565.
Segundo alguns autores, o projeto de extensionismo rural brasileiro capitaneado
pela ACAR surgiu como uma reação ao fracasso da educação rural, tendo sido
definido pelos seus idealizadores como um processo de educação extra-escolar.
(QUEDA & SZMRECSANYT, 1976)
Criticando a falta de continuidade dos programas educativos escolares e
posteriormente extra-escolas desenvolvidos para o homem do campo, Antipoff
relembra os objetivos do I.S.E.R. no documento que comemora o 15º aniversário da
instituição (1970) e seriam os seguintes:
- funcionar como centro social da comunidade rural;
- realizar pesquisas sociais;
- formar líderes rurais e auxiliares de comunidade e especialistas em educação
de base;
- especializar dirigentes e educadores para obras de menores normais e
excepcionais em zonas rurais;
- formar professores para as escolas normais rurais, cursos normais;
- realizar cursos complementares, agrícolas, industriais, economia doméstica e
outros, cursos de treinamento bem como de supervisores e orientadores do ensino
rural;
- orientar os administradores municipais no conhecimento e solução dos problemas
rurais;
- elaborar projetos-pilotos destinados à organização de comunidades rurais,
centros sociais e centros de treinamentos;
- elaborar planos para a criação ou funcionamento de instituições que se
destinam a trabalhar pelo bem-estar rural, bem como programas e métodos de
trabalhos para ginásios e colégios normais rurais e centros de treinamento;
- trabalhar pela execução de serviços que visem a assistência integral ao homem
do campo, incluindo os aspectos cultural, sanitário, econômico, social e
espiritual;
- divulgar, por todos os meios, especialmente através de publicações regulares e
avulsas, conhecimentos úteis à vida rural, bem como resultados de trabalhos e
pesquisas realizadas.(Antipoff, 1992:15)
Como se depreende deste documento, os objetivos do I.S.E.R. eram bastante
amplos, envolvendo não só o ensino regular primário mas pretendia a organização
da comunidade em torno de um projeto educacional arrojado que permeasse todas as
instâncias da vida social dos grupos envolvidos.
Segundo este mesmo documento, foram autores do projeto do I.S.E.R.: Amaral
Fontoura, representante do Estado do Rio de Janeiro, Helena Antipoff,
representante do Estado de Minas Gerais e Lourenço Filho, do Instituto
Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura da UNESCO. Tais informações nos levam
a supor ser esta instituição resultante de acordos bastante sofisticados.
Observe que Lourenço Filho (1897 - 1970) é figura destacada juntamente com
Fernando de Azevedo e Anísio Teixeira (1900 - 1971) no movimento educacional da
Escola Nova, lançado em 1933. O movimento escolanovista, inspirado em Jonh
Dewey, denunciou o atraso do sistema educacional brasileiro e a exclusão de
grande parte da população do sistema de escolarização. (ALMEIDA, 2000).
Como se verá adiante a vinda de Helena Antipoff para Minas Gerais em 1929 se
insere dentro do movimento da Escola Nova.
Hipóteses
A pluralidade da ação intelectual, política e pedagógica de Helena Antipoff, "a
fazendeira de crianças" na expressão de Otto Lara Resende, "a mineira
universal", na poesia da Carlos Drummond de Andrade, a maior educadora
brasileira, se bem que nascida russa, em 45 anos de militância no Brasil,
lançando idéias, provocando projetos e assumindo a implantação e gestão de
diversas instituições foi amplamente prestigiada e registrada por seus
contemporâneos. Atenta aos pobres, aos excepcionais, aos superdotados, aos
meninos da roça, dona Helena implementou um novo olhar na sociedade mineira - e,
por extensão de sua persistência, em todo o País - para a criança,
principalmente para os processos cognitivos da criança.
Nascida em Grodno, hoje na Bielo-Rússia, formou-se como psicóloga e educadora em
Paris e Genebra; trabalhou na França com Théodore Simon, o criador de uma das
primeiras escalas de medida de inteligência hoje utilizadas, e na Suíça, com
Claparède, pioneiro na difusão da abordagem interacionista do estudo do
desenvolvimento cognitivo. Vivenciou durante a Revolução Russa (1917) e Primeira
Guerra Mundial (1914-1918) trabalhos educativos com crianças abandonadas nas
ruas de Moscou. Deste trabalho brotou a concepção de que a inteligência pode ser
em grande parte construída no contato com a sociedade e com a cultura,
contrariando a teoria então em voga de que a inteligência seria um atributo
natural de cada um.
Ao deixar seu país em 1924, Antipoff voltou a Genebra, para trabalhar como
assistente de Claparède no Instituto de Ciências da Educação do Institut
Jean-Jacques Rousseau. Ali, enquanto dirigia seminários para estudantes de
várias partes do mundo, nos quais divulgava a orientação interacionista e a
experiência com crianças russas, veio a ser convidada para trabalhar, junto com
outros intelectuais, na Escola de Aperfeiçoamento de Professores do Estado de
Minas Gerais. (CAMPOS, 2001).
A Escola de Aperfeiçoamento havia sido criada pelo governo do Estado, com a
finalidade de atualizar as professoras primárias locais nos novos métodos
educativos europeus e americanos e capacitá-las a empreender a reforma do ensino
primário preconizada pelo então Secretário da Saúde Pública e Instrução,
Francisco Campos. Antipoff foi convidada a lecionar Psicologia Educacional por
dois anos, e acabou por permanecer em Minas Gerais por toda a vida.
Muito já se escreveu sobre ela e a maior prova de sua proficuidade é a
sobrevivência de muitas das instituições por ela criadas desde 1929, quando
chegou ao Brasil: a Casa do Pequeno Jornaleiro; o Instituto Pestalozzi e a
Fazenda do Rosário, entre tantas outras iniciativas. De igual forma, evidência
cabal de sua genialidade é a existência hoje de diversas iniciativas de
preservação de sua memória e pesquisa sobre sua biografia e sua obra: Centro de
Documentação e Pesquisa Helena Antipoff (1981) da Fundação homônima; Sala Helena
Antipoff da Biblioteca Central da Universidade Federal de Minas Gerais (1997);
além da série de publicações e trabalhos acadêmicos que vem fomentando de
maneira ininterrupta até os dias de hoje, passados já 27 anos de seu
falecimento.
Contando com o irrestrito apoio do Poder Público e das elites mineiras, que tão
bem soube aglutinar em torno de seus ideais, dona Helena desenvolveu seu
trabalho pela educação rural exatamente nos anos 50, década marcada por intenso
êxodo rural em Minas Gerais e no Brasil. Assim, seu trabalho parece ter o
objetivo explícito de reverter o movimento de esvaziamento dos campos através da
educação - objetivo no mínimo ingênuo aos nossos olhos de hoje mas por certo
coincidente com a ideologia das elites da época.
Para tanto implementou um currículo de formação de professores, orientadores e
supervisores rurais que incluía como disciplinas: Direito Administrativo;
Sociologia; Economia Rural; Cooperativismo; Enfermagem; Biologia; Metodologia de
Língua Pátria, de Matemática, de Geografia; de História e de Ciências, além,
evidentemente de Psicologia, disciplina em que Antipoff era especialista.
A historiadora Maria Helena de Oliveira Prates, em texto sobre a Escola de
Aperfeiçoamento, assim descreve a disciplina de Psicologia, ministrada por
Antipoff:
O ensino da Psicologia partia da própria história do desenvolvimento dessa
disciplina para passar a estudar a sua importância para o educador e os
conceitos básicos e os fenômenos psíquicos que lhe eram relevantes: motricidade,
sensação, imagem e tipos imaginativos, percepção, atenção, instintos e emoções,
interesses, atividades, fadiga, linguagem gráfica e falada, memória,
aprendizagem, testemunho, inteligência, etc. O estudo desses conceitos e
fenômenos era acompanhado pelos respectivos métodos de sua investigação,
pertencendo ainda à cadeira de psicologia o estudo da Estatística: vivia-se uma
época de mensuração, de utilização da psicometria. Não há muito Binet e Simon (o
mesmo que veio dar curso na Escola de Aperfeiçoamento) haviam criado, em Paris,
as primeiras escalas e testes de medida de inteligência. (Prates. 2001: 76)
Portanto é de se presumir que o programa de psicologia ministrado no I.S.E.R.
seguia a mesma filosofia, referendada em sérios estudos teóricos sobre o que de
mais moderno havia sobre o tema. Mas além da seriedade teórica, os cursos do
Instituto se destacavam pelo compromisso com a parte prática, muito a gosto da
Escola Nova. Traziam para dentro do processo educativo a ação, o "ativo",
o "fazer", a experiência do real. Segundo se depreende de relatos
informais, no I.S.E.R., as alunas recebiam uma área de terra, denominada "granja",
e eram estimuladas a desenvolver projetos associando a produção agrícola aos
estudos teóricos a ela referentes.
A valorização do artesanato, com o aproveitamento da matéria-prima rural, a
valorização da cultura popular eram preocupações constantes de Antipoff segundo
as fontes consultadas. Seguidora do pensamento de Pestalozzi (1746-1827), tinha
sempre em mente a frase do mestre: "Penso porque tenho mãos".
Os cursos não se restringiam entretanto aos limites da Fazenda do Rosário.
Apesar de não usar o conceito formalmente, entendeu como ninguém o potencial do
extensionismo rural, incentivando seus alunos-supervisores a desenvolver ações
de saúde, saneamento e lazer junto à comunidade de Ibirité.
Assim, com irrefutável formação teórica, espírito de liderança e notável força
de vontade, Helena Antipoff tornou-se uma referência mundial quando de trata de
educação e uma obrigatória referência nacional quando se discute o ensino rural.
Entretanto, críticas a ela sempre existiram. Tanto contemporâneas quanto
posteriores a sua intensa e diversificada vida intelectual e profissional. Se
quando de sua chegada a Belo Horizonte (1929), a convite do Governador Antonio
Carlos de Andrada, havia certo preconceito quanto sua origem e suposta
vinculação aos comunistas, hoje as críticas têm outra conotação.
Nos diversos textos que escreveu especificamente sobre o ensino rural, podemos
desvelar hoje a ideologia da educadora sobre o homem do campo que "precisaria
ser preparado para uma vida menos dependente das contingências precárias do meio
rural, que o fazem fugir para a cidade". Por mais de uma vez encontramos
nos textos expressões como: "centros de urbanização do meio rural"; "urbanização
do ensino rural"; "civilizar os ambientes rurais". Em discurso para
a primeira turma de formandas do Curso Normal Regional em 05.12.1953, as
qualifica como "elite do povo mineiro" e acrescenta: "As populações
do campo reclamam vossa existência para seus filhos, nus, famintos, doentes e
ignorantes." (grifos nossos) (Antipoff, 1992: 101)
Aqui se delineia uma das nossas hipóteses de pesquisa: em que medida a pedagogia
estruturada por Helena Antipoff para a infância rural estava impregnada da visão
da elite sobre o homem do campo. Em que medida o discurso do I.S.E.R. é um
discurso "sobre o outro" que se superpõe à expressão do outro, e se fez
à revelia da participação dos sujeitos a quem se destinava?
Em síntese: em que medida a não compreensão - propositada ou involuntária -
sobre a luta de classe e os mecanismos da exclusão social comprometeram todo o
sofisticado arcabouço teórico e metodológico da pedagogia engendrada por Helena
Antipoff para o homem rural?
Assim nos valendo da análise da Maria Teresa Lousa da Fonseca, no livro já
citado, poderíamos levantar a hipótese de que a ideologia da Helena Antipoff
para a educação rural, nos anos 40, mantinha o mesmo caráter conservador e
escolanovista dos precursores dos anos 20-30.
Estes propunham um determinado tipo de escola que atendesse as orientações do
"ruralismo pedagógico". Propunha-se uma escola integrada às condições locais,
regionalista, cujo objetivo escolanovista reforçava esta posição de escola
colada na realidade, baseada no princípio de adequação e assim colocava-se ao
lado das forças conservadoras. Isto porque "a fixação do homem no campo", a
"exaltação da natureza agrária do brasileiro" faziam parte do mesmo quadro
discursivo com que a oligarquia defendia seus interesses. (Fonseca, 1982: 55)
Nossa hipótese é de que dona Helena não fugiu a este padrão.
A crítica a ela, hoje, também se estende à mitificação do campo, como ambiente
de redenção dos conflitos sociais, tão presente na ideologia de Antipoff. Esta
vertente é assim analisada pela educadora Regina Helena de Freitas Campos:
(...) como grande parte dos pedagogos progressistas da época, Antipoff também
pensava que o local apropriado para os "excepcionais", sobretudo para os
"excepcionais sociais", seria o meio rural. O campo ofereceria melhores
oportunidades para o desenvolvimento das habilidades para o trabalho manual e
intelectual em tarefas culturalmente significativas. Mais que isto, o próprio
contato com a natureza ajudaria na formação do caráter das crianças e dos
adolescentes. (grifos nossos) (Campos, 1995: 66)
Outra hipótese de pesquisa seria decorrente da coincidência entre o período
definido como marco temporal deste projeto: 1956-1960 e os mandatos do
Presidente Juscelino Kubitscheck de Oliveira e do Governador de Minas Gerais,
José Francisco Bias Fortes, ambos já identificados como mineiros e filiados ao
PSD.
Tal coincidência provavelmente assegurará o estabelecimento de algumas hipóteses
sobre a política social de educação rural e o nacional-desenvolvimentismo
do período. Na expressão do historiador Boris Fausto, o
nacional-desenvolvimentismo sintetizou uma política econômica que tratava de
combinar o Estado, a empresa privada nacional e o capital estrangeiro para
promover o desenvolvimento, com ênfase na industrialização. (Fausto,1995: 427).
Esta, por sua vez, nas análises da época, era obstaculizada pelo atraso da
agricultura. Assim, o campo brasileiro torna-se o centro das questões referentes
ao desenvolvimento nacional.
Inserida no ciclo da redemocratização nacional (1945-1964) a política social
implementada para a educação rural sob a liderança de Helena Antipoff parece
incorporar as marcas de seu tempo. Este compreende uma série de governos
populistas, que procuram se antecipar às demandas sociais. As decisões eram
tomadas pelo alto, a partir de alianças entre segmentos sociais minoritários
dominantes, alijando as camadas populares. Mas paralelamente a esta política de
dominação e cooptação,
O movimento social avança no campo e na cidade. Aprofunda-se a consciência
sociopolítica de segmentos da burocracia estatal. Na sociedade civil há uma
efervescência política em torno de um anseio por reformas sociais, políticas e
econômicas. (Silva, 1999:63)
Numa tentativa de caracterização do período de 1945-1964, Maria Yedda Linhares e
Francisco Teixeira da Silva destacam a aceleração de um modelo
fordista-keynesiano periférico, a chamada substituição de importações,
criando-se ilhas de desenvolvimento (eixo Rio/ São Paulo); manutenção de baixos
índices de produtividade agrícola e recorrentes crises de abastecimento. Ao
mesmo tempo, a questão agrária torna-se bandeira de luta dos movimentos de
esquerda, que lutam denunciam o atraso e defendem a soberania nacional. O
arcaísmo das relações de produção no campo (binômio latifúndio/minifúndio)
contrasta com a modernidade da produtividade industrial. (LINHARES & SILVA.
1999)
Destas contradições estruturais, surgem na década de 50 vários movimentos de
organização dos camponeses. O mais importante deles talvez tenha sido a
Associação de Trombas e Formoso, em Goiás (1954 - 1964), resultante de conflito
pela posse de terra de trabalhadores rurais liderados pelo Partido Comunista.
Outro conflito expressivo foi a Guerrilha de Porecatu, no Paraná, em 1959. Em
Santa Fé do Sul, no estado de São Paulo, houve também sérios conflitos entre
camponeses e fazendeiros, em 1959/60.
Entretanto foi no Nordeste, particularmente em Pernambuco e Paraíba que se
desenvolveu o capítulo mais importante da história contemporânea do campesinato
brasileiro: a Sociedade Agrícola e Pecuária dos Plantadores de Pernambuco, logo
conhecida como Liga Camponesa. Reconstituindo a efervescência política no campo
no Brasil nesta década, José de Souza Martins, num capítulo sugestivamente
intitulado, "O Camponês nos projetos dos outros", assinala os
avanços do Partido Comunista na problematização da questão agrária, que em 1953
se concretizou na Primeira Conferência Nacional de Trabalhadores Agrícolas em
São Paulo, Paraíba e Ceará. Em 1954 foi fundada a ULTAB - União dos Lavradores e
Trabalhadores Agrícolas do Brasil que seria o embrião da futura CONTAG -
Confederação dos Trabalhadores Agrícolas. Em conclusão, o sociólogo adverte:
A história política do campesinato brasileiro não pode ser reconstituída
separadamente da história das lutas pela tutela política do campesinato.
(Martins, 1990: 81)
Se na esfera federal, a política de JK tinha tal cunho essencialmente
industrializante, na esfera estadual, Bias Fortes procurará manter-se fiel aos
interesses da elite do campo. Segundo o opúsculo sobre o Governador Bias Fortes,
editado pela Imprensa Oficial de Minas Gerais:
os compromissos com os setores rurais, ele (Bias Fortes) os cumpriu pela
completa assistência ao ciclo da produção em todo o Estado: com a CAMIG, o
fornecimento dos insumos agrícolas estudo do solo, sua adequação, técnica de
plantio; fertilização, pela FERTISA; a CASEMG, com a técnica de colheita,
armazenamento e construção de silos, a CODIP, para distribuição da produção
armazenada e financiamento do novo plantio pelo sistema de "warrants" através
dos bancos oficiais; para a pecuária, a reconstrução da FRIMISA.(Imprensa
Oficial, 2000: 23)
É importante salientar que mesmo o antecessor de Bias Fortes, o Governador
Milton Campos (1947 - 1951), da UDN - União Democrática Nacional, foi um dos
grandes incentivadores de Helena Antipoff. No discurso pronunciado em 13.07.48,
o governador faz os seguintes elogios:
Ao declarar inaugurado este curso de aperfeiçoamento destinado a professores
primários da zona rural do Estado, quero convocar a atenção do povo mineiro para
o que representa esta iniciativa do Governo. Na modéstia e na simplicidade desta
Fazenda do Rosário, vai ter começo uma experiência pedagógica e social que
poderá, na sua corrente de consequências e com o trato do tempo, dar outro
sentido à vida rural de Minas Gerais (Campos, s/d: 137)
Aqui, mais uma vez, o enunciado de José de Souza Martins se torna evidente: a
política social de educação para o trabalhador rural liderado por Helena
Antipoff também poderia se incluir no capítulo "O camponês no discurso dos
outros".
Justificativa
A compreensão do alcance e dos limites do trabalho do I.S.E.R - marco mais
significativo do ensino rural em Minas Gerais e provavelmente no Brasil - por
certo enriquecerá nosso olhar sobre nossa prática pedagógica na Escola Estadual
Fundamar, principalmente no que ser refere à participação da comunidade no
desenho desta pedagogia.
A escassez da literatura sobre o ensino fundamental rural exige um esforço dos
educadores - entre eles os assistentes sociais - de resgate da memória das
experiências importantes de educação. Neste debruçar-se sobre o passado, as
indagações do presente nos permitem reconstruir tais experiências sobre os
paradigmas e críticas da atualidade.
A disponibilidade de consulta a fonte primárias, provavelmente inéditas, e a
possibilidade de coleta do depoimento da autora de uma dessas fontes é um caso
de feliz coincidência para o pesquisador.
De igual forma o estabelecimento de conexões entre a proposta política de uma
significativa experiência de educação rural, mas centrada na subordinação do
sujeito aos conteúdos programáticos, e seus poucos resultados efetivos poderá
nos servir de alerta para construção de uma pedagogia que dê centralidade ao
sujeito. Esta nos obriga a um olhar atento à cultura, aos juízos de valor, às
idiossincrasias e às possibilidades de emancipação das comunidades rurais com
que atuamos. O compromisso com a ampliação dos canais de participação da
comunidade no "fazer escolar" aqui se incluindo não só as decisões
administrativas e gerenciais mas também e principalmente a produção pedagógica,
talvez seja o nó górdio, questão-chave para a legitimação da escola rural
pública. Seria aí o espaço de intervenção do educador, principalmente do
assistente social.
A centralidade conferida à pesquisa na formação teórico-política do assistente
social é amplamente discutida por Marilda Iamamoto. Em síntese, ela propugna
que:
A (nossa) formação profissional sofra uma "encharcamento" de
informações históricas sobre a sociedade brasileira, em suas faces rural e
urbana, tendo como foco a produção e reprodução da questão social em suas
expressões nacionais, regionais e municipais, construindo-se uma indissolúvel
aliança entre teoria e realidade, necessariamente alimentada pela pesquisa.
(Iamamoto, 1999:274)
Objetivos
O objetivo geral dessa pesquisa seria compreender os elementos fundamentais da
proposta de educação rural de Helena Antipoff.
Um dos objetivos específicos seria levantar os conteúdos, as disciplinas, a
composição do corpo docente, a duração dos cursos, as atividades práticas e a
correlação destas com os conteúdos teóricos, as atividades extra-classe e as de
extensão rural, promovidas por Helena Antipoff no período em tela.
Outro objetivo a que nos propomos é tentar estabelecer uma correlação entre a
ideologia nacional-desenvolvimentista da época e a política social implementada
para a educação fundamental rural nacional tendo como ponta-de-lança o trabalho
de Helena Antipoff.
E finalmente nos propomos a identificar qual a repercussão do trabalho de
Antipoff no ensino rural do município de Paraguaçu, no período.
Metodologia
Pesquisar através dos diários de 1956 das professoras, supervisoras e
orientadoras, então alunas do I.S.E.R., qual o conteúdo; as matérias; os
professores; a distribuição da carga horária e a duração dos cursos ministrados,
e ainda as atividades práticas; a correlação dessas com os conteúdos teóricos;
as atividades extra-classe; excursões; visitas e atividades que hoje chamaríamos
de extensão rural (atividades nos postos de saúde; feiras de produtores;
congadas; etc.) Através destas fontes primárias poderemos identificar traços
importantes da "cultura escolar" do I.S.E.R. Aqui também se inclui a
análise da vasta documentação sobre educação rural produzida por Antipoff e seus
colaboradores. Deste material tentaremos extrair o cunho político; a visão dos
professores e autores citados sobre o homem rural: a relação homem-natureza;
homem-cultura; a cultura material; a cultura intelectual; a relação
cidade-campo; as razões do êxodo e a função social da escola no projeto de "emancipação"
do homem do campo.
No Centro de Documentação da Fundação Helena Antipoff serão consultados os
diários das alunas do Curso de Supervisoras e Orientadoras do Ensino Rural de
1956. Este ano é o que apresenta supostamente a série mais completa, uma vez que
tal material se encontra ainda em fase de catalogação. Os livros a serem
consultados são:
- segundo livro: de 13.04.1956 a 20.05.1956;
- quinto livro: de 18.08.1956 a 10.09.1956;
- sexto livro: de 11.09.1956 a 25.09.1956;
- oitavo livro: de 23.10.1956 a 21.11.1956:
- novo livro: de 21.11.1956 a 16.12.1956.
Desses diários serão extraídos os fragmentos de texto que se referem aos
seguintes temas:
a. conteúdo de ensino do curso de formação;
b. conteúdo programado para o ensino fundamental rural;
c. política e filosofia de trabalho;
d. palestras, excursões, visitas;
e. rotina;
f. local de procedência dos alunos.(confecção de mapa com os municípios
identificados)
Levantamento, consulta e sistematização da literatura produzida por Helena
Antipoff e seus colaboradores sobre o ensino rural e demais textos que tratam do
trabalho do I.S.E.R.
Até o momento temos o seguinte:
. CENTRO de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff. Coletânea das Obras
Escritas de Helena Antipoff. Educação Rural.. BH: vol. IV, 1992. Este
volume compreende discursos pronunciados por ocasião de formaturas; anotações
dispersas; memoriais relativos a determinados projetos; cartas; convites a
autoridades, relatórios de trabalho, etc. num total de 50 textos.
. SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DE M.G. Boletim dos Cursos de
Aperfeiçoamento para Professores Rurais. BH: ano I, n.1, julho/set. 1948.
.______________________________. Ano I, n. 2, out/dez 1948.
Pretendemos ainda colher o depoimento da prof. Zenita Cunha Guenter, ex-aluna e
seguidora de Antipoff e organizadora de um centro para atendimento a crianças
com talentos especiais - Centro de Desenvolvimento de Talentos em Lavras, Sul de
Minas; da Prof.ª Elza Moura, residente em Belo Horizonte, também
ex-colaboradora; e da Prof.ª Regina Helena de Freitas, coordenadora do Centro de
Documentação da Fundação Helena Antipoff e autora de vários trabalhos sobre ela.
No momento, contamos com a seguinte bibliografia:
CAMPOS, Regina Helena de Freitas. "Os primeiros passos da educação popular" .Presença
Pedagógica. Ed. Dimensão, nº. 3, Maio/junho 1995. P. 56-72.
_______________________________. "Psicologia e Ideologia: um estudo da formação
da psicologia educacional em Minas Gerais". BH: Faculdade de Educação da UFMG,
1980 (Dissertação, Mestrado).
______________________________ . "Helena Antipoff (1892-1974): A synthesis of
Swiss and Soviet Psychology in the Context of Brazilian Education. History
of Psychology. Vol. 4. n. 2, maio, 2001.
Também é nossa intenção pesquisar a repercussão dos ensinamentos do I.S.E.R na
prática real do ensino rural de Paraguaçu, tomando como fonte o relatório
descritivo das escolas rurais do município de 1961, produzido pela então aluna
do Instituto, Maria do Carmo Bueno. O depoimento dela e de outras ex-alunas do
I.S.E.R., ainda residentes em Paraguaçu, por certo serão importantes para se
entender como se deu a adesão de Paraguaçu ao projeto; como se desenvolveu esta
experiência e que avaliações fazem desta formação profissional.
Uma atenção especial merece a monografia descritiva das escolas rurais de
Paraguaçu de 1961, realizada pela aluna Maria do Carmo Bueno. À primeira vista
ela parece inserir naquilo que Antipoff já intitulava nos tempos da Escola de
Aperfeiçoamento de "estudos escolológicos",
que pretendia uma descrição exaustiva de todos os dados referentes à escola,
compreendendo aspectos materiais (estrutura física, ventilação, saneamento,
merenda, horta); estatísticas de frequência e repetência dos alunos; nível
salarial dos professores; aspectos pedagógicos (cartilhas adotadas) etc.
Para contextualização destas informações na realidade local do município,
pretendemos fazer o levantamento na série de jornais "O Paraguassu" dos anos 50,
disponíveis no Banco de Dados Fundamar, das notícias sobre as escolas rurais do
município e especificamente sobre o curso de formação de supervisores na Fazenda
do Rosário, em Ibirité.
No momento dispomos das seguintes referências.
. Jornal O Paraguassu. "Trabalha-se intensamente pelo aperfeiçoamento
do Ensino
Primário Rural." Paraguaçu. 25.01.1953
. _________________. "O Significado de uma Exposição". Paraguaçu. 01.03.1953.
. _________________. "Aperfeiçoamento do Ensino Rural". Paraguaçu. 19.04.1953.
. _________________. "Aperfeiçoamento do Ensino Rural". Paraguaçu. 21.02.1954.
Para o paralelo entre a pedagogia de Antipoff e a prática da Escola Fundamar,
faremos o levantamento e análise dos documentos produzidos pelos técnicos da
Escola Fundamar: Projeto Político-Pedagógico; Memorial das Oficinas de
Arte-Educação e relatos dos educadores.
Instrumentos de Pesquisa
As fontes documentais primárias serão trabalhadas conforme os itens já
detalhados no item 6. Os textos de Helena Antipoff e seus colaboradores serão
catalogados e fichados num processo de clivagem dos temas relativos ao ensino
rural.
Os depoimentos de ex-colaboradores e estudiosos da obra de Helena Antipoff serão
colhidos através de entrevistas pessoais, dirigidas especificamente para a
questão principal de nosso trabalho, qual seja: investigar em que medida a
pedagogia por ela propugnada para o homem rural apesar de sua sofisticação
teórica, seriedade de propósitos, fartos aportes de recursos públicos se fazia à
revelia dele, denotando uma visão estereotipada do mesmo.
Cronograma
E T A P A S
|
jan
|
fev
|
mar
|
abr
|
mai
|
jun
|
jul
|
agt
|
set
|
out
|
nov
|
dez
|
Levantamento da bibliografia
|
X
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Levantamento documental Fund. HA
|
|
X
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Levantamento jornais locais
|
|
|
X
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Análise bibliográfica
|
|
|
|
X
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Análise documental
|
|
|
|
|
X
|
|
|
|
|
|
|
|
Entrevistas em BH, Lavras e Paraguaçu
|
|
|
|
|
|
X
|
X
|
|
|
|
|
|
Redação Versão Preliminar
|
|
|
|
|
|
|
|
X
|
|
|
|
|
Correções da Tutora
|
|
|
|
|
|
|
|
|
X
|
|
|
|
Redação Versão Definitiva
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
X
|
|
|
1 - Ibirité, à época distrito de Betim, veio a se emancipar em 30.12.1962
(BARBOSA, 1968). A Fundação Helena Antipoff fica à Rua São Paulo, 3996, Vila do
Rosário, em Ibirité.
2 - Segundo a pesquisadora Regina Helena de Freitas Campos, da U.F.M.G., a
extinção do I.S.E.R. estaria vinculada à reforma educacional de 1972 (Lei n
5692) que pôs fim ao ensino secundário especializado. Mas esta afirmação
precisaria ser confirmada por outras fontes. (CAMPOS, Regina Helena. Entrevista.
30.05.2001)
3 - Por exemplo, nos diários das alunas do ISER de 1.956 são identificados
educadores não só de Minas Gerais, como também do Rio Grande do Norte, Bahia,
Goiás, Ceará.
4 - Segundo Vanilda Pereira Paiva, a CNER desenvolveu suas atividades entre 1952
e 1963 e resulta da cooperação estabelecida entre o Ministério da Agricultura e
a Inter-American Educational Foudation, para que esta financiasse bolsas de
estudo e adestrasse brasileiros para a extensão rural. Seu encerramento se deve
à percepção de que o desenvolvimento rural se devia a outros fatores que não
somente o educativo.
5 - Dados sobre a ação da ACAR em Paraguaçu se encontram no Banco de Dados da
Fundamar.
6 - Analisando o fenômeno da urbanização o historiador Boris Fausto informa que
em 1980 a maioria da população brasileira passa a ser urbana (51,5%), em
contraste com os 16% de habitantes que viviam em cidades, em 1940. "A
transição foi bastante rápida a partir dos anos 50" (Fausto: 1995: 534)
Bibliografia:
ADAV - Associação Milton Campos para Desenvolvimento e Assistência à Vocação de
Bem-Dotados. Revista Pedagógica. A Casa de Helena. Ed. Especial do
Centenário de Helena Antipoff, junho, 1992.
ALMEIDA, Ney Luiz Teixeira de. "Política Social de Educação". Política
Social. Módulo 3. Brasília: Universidade de Brasília/NED, 1999.
ANTIPOFF, Helena. Coletânea das Obras Escritas de Helena Antipoff.
Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff. BH: 1982.
BARBOSA, Waldemar de Almeida. Dicionário Histórico-Geográfico de Minas
Gerais.
BH: s/ed., 1971.
CAMPOS, Milton. Compromisso Democrático. Secretaria do Estado da
Educação de Minas Gerais. BH: s/d.
CAMPOS, Regina Helena. "Os Primeiros Passos da Educação Popular". Revista
Presença Pedagógica. Ed. Dimensão. nº. 3, maio/junho, 1995
_______________________________. "Psicologia e Ideologia: um estudo da formação
da psicologia educacional em Minas Gerais". BH: Faculdade de Educação da UFMG,
1980 (Dissertação, Mestrado).
.______________________________. "Helena Antipoff (1892-1974): A Synthesis of
Swiss and Soviet Psychology in the Context of Brazilian Education. History of
Psychology, BH: UFMG, vol. 4, n.2, 2001.
CARDOSO, Franci Gomes & MACIEL, Marina. "Mobilização Social e Práticas
Educativas". O Trabalho do Assistente Social e as Políticas Sociais".
Módulo 4. Brasília: Universidade de Brasília/NED, 2000.
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA HELENA ANTIPOFF. Boletim n. 1. BH:
1981.
_____________________________________________. Boletim n. 3. BH: 1983.
_____________________________________________. Boletim n. 15. BH: 2001.
COSTA, Firmino. Pestalozzi. BH: Sociedade Pestalozzi de MG, 2ª ed,
1985.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. SP: EDUSP, 1995
FONSECA, Maria Teresa Lousa da. A Extensão Rural no Brasil, um projeto
educativo para o capital. SP: Ed. Loyola, 1982.
IAMAMOTO, Marilda V. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e
formação profissional. SP: Cortez Ed.,2ª ed.,1999.
IMPRENSA OFICIAL. "Milton Campos, o eterno liberal". Governadores
de Minas. BH: nº. 1. Jan. 2001.
__________________. "Bias Fortes, a mineiridade feita homem". Governadores
de Minas. BH: nº3, março, 2001.
MARTINS, José de Souza. Os Camponeses e a Política no Brasil.
Petrópolis. 4 ed. 1990.
NUNES, Clarice. Historiografia comparada da Escola Nova: algumas questões.
Revista da Faculdade de Educação. BH: vol. 4, n. 1, jan/jun ,1998.
LINHARES, Maria Yedda & SILVA, Francisco Teixeira. Terra Prometida: Uma
história da Questão Agrária no Brasil. RJ: Campus, 1999.
PAIVA, Vanilda Pereira. Educação Popular e Educação de Adultos: contribuição
à história da educação brasileira. SP: Edições Loyola, 1973.
PRATES, Maria Helena de Oliveira. "Escola de Aperfeiçoamento: Teoria e Prática
na Formação de Professores". Lições de Minas: 70 anos da
Secretaria da Educação." BH: Secretaria de Estado da Educação de Minas
Gerais, 2000
QUEDA, O & SZMRECSSANY, T. Vida Rural e Mudança Social.. SP: Ed.
Nacional, 1976.
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS. Escola Rural - Boletim dos Cursos de
Aperfeiçoamento para Professores Rurais. BH: ano I, n. 1, julho/set., 1948.
_________________________________________. BH: ano I, n. 2, out/dez, 1948.
SILVA, Ademir Alves da. "As Relações Estado-sociedade e as formas de regulação
social". Reprodução Social, Trabalho e Serviço Social. Módulo 2.
Brasília: Universidade de Brasília/ NED, 1999.
SOUZA, Regina Sueli de. "Política Agrária". Política Social. Módulo 3.
Brasília: Universidade de Brasília/NED, 1999.
VEIGA, Cynthia Greive. A Invenção de Tempos, Espaços e Sujeitos. Lições de
Minas: 70 anos da Secretaria de Educação. BH. Secretaria de Estado da
Educação de Minas Gerais. 2000.
Anexo:
BUENO, Maria do Carmo. Relação Geral das Escolas Visitadas. Paraguaçu.
1961. (complemento à monografia sobre o Ensino Rural de Paraguaçu, atividade
exigida para conclusão do 8º Curso Intensivo de Auxiliares de Inspeção de Ensino
em Zonas Rurais.) |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
© 2007 Fundação 18 de Março. Todos os direitos reservados. |
|
|
Sede: Rua Manoel Couto, 105 - Cidade Jardim
Belo Horizonte - MG - CEP 30380-080
Tel.: 3282-4363 - Fax: 3281-2015
|
Fazenda Escola Fundamar: Rodovia MG 453 - Km 7
Paraguaçu - MG - CEP 37120-000
Telfax.: (35) 3267-2309 |
|
|
|
|
|
|