ACL - FUNDO DE ARQUIVO CARLOS LACERDA
 / Dados Biográficos de Lacerda
Carlos Lacerda já mereceu uma biografia completa, escrita por John W. Foster Dulles - editado em português pela Editora Nova Fronteira. O primeiro volume, traduzido por Vanda Mena Barreto de Andrade foi publicado em 1992; o segundo volume em português só apareceu no ano 2000, traduzido por Daphe E. Roger, título da obra em português: "Carlos Lacerda - A vida de um lutador". No original: "Carlos Lacerda, Brazilian Cruzader". Vários livros louvando ou criticando o jornalista e político já foram publicados, nenhum, porém, supera o do brasilianista citado no que diz respeito à indicação de fontes e fatos referentes ao biografado. Alguns desses livros serão mencionados adiante. Falta, porém, a biografia definitiva do grande líder. O Fundo de Arquivo Carlos Lacerda espera colaborar para sanar essa falta. Os dados a seguir foram compilados nos livros e documentos que se encontram no arquivo da Fundação 18 de Março - FUNDAMAR em Belo Horizonte.

CARLOS LACERDA - Carlos Frederico Werneck de Lacerda (30/04/1914 - 21/05/77)
Pais de Carlos: Maurício Lacerda e Olga Caminhoá Lacerda
Pais de Maurício: Sebastião Lacerda e Pequetita - D. Maria Glória de Paiva
Pais de Sebastião Lacerda: João Augusto Forjaz Pereira Lacerda e Maria Emília Gonçalves de Andrade (açoriana) que vieram para Vassouras
Bisavô de Carlos e avô de Maurício: Sílvio dos Santos Paiva
Bisavó de Carlos: Deolinda descendente do Barão de Santa Justa
Pais de Olga Caminhoá Lacerda:: Ignácio Avellar Werneck e Avós de Olga: o Dr. Joaquim Caminhoá e a Yayá (Delmira Monteiro Caminhoá)

S U M Á R I O

I - Obras inéditas e esparsas ou ainda não identificados:
1. Música e poesia: páginas 2/3
2. discursos gravados: página 3/4
3. pintura: página 3/4

II - Obras dispersas - 5 a 8

III - Traduções - página 8

IV - Cronologia das publicações - páginas 8 a 14

V a - Entrevistas destacadas 14

V b - Apartes destacados - 14/15

VI - Frases destacadas - página 15/16

VII - Opinião sobre homens públicos - 16/18

VIII - Opinião sobre temas - página 18/20

IX - Opinião de Políticos e escritores sobre C. L. e seu trabalho (livros e testemunhos) página 20/24

X - Fatos memoráveis - página 24/27

XI - Relação das obras publicadas em vida do Autor e das republicadas após a sua morte em 1977 - 39

XII - DOCUMENTOS DISPONÍVEIS - PÁGINA 40

I - OBRAS ESPARSAS E/OU INÉDITAS (letras musicadas, poemas e pintura):
A) - MÚSICA

a) - "Beijos pela Noite" - Composição MUSICAL em parceria com Jorge Amado. Música de Dorival Caimy. Revelada por Jorge Amado em entrevista à TV Globo em 09.08.92.

b) - "O índio do Corcovado" musicado por Joubert de Carvalho e gravado por Gastão Formenti, no outro lado do disco "Maringá", grande sucesso de Joubert de Carvalho (F. Dulles, obra adiante citada)

B) - POESIAS:

B.1.” Entre Paris e a Suécia entre o Céu e a Terra" (Para João Condé)
O poema nasce no Céu.
É de lá que ele provém.
Cá em cima ele flui, natural
Da alma que o contém.

O poema não diz o que quer,
Nem chega a dizer ao que vem:
Só o entende quem souber,
Só sabe quem for alguém.

Donde sai o que não chega
Já não percebe ninguém.
Onde vai o que não saiu
Não sei eu nem ninguém

(poema datado de 19.11.73, publicado em "Fatos e Fotos" de 03.07.77, n. 824. página 30):

I - 1.2 Morte Vizinha

Esta noite no avião
A nove mil metros sobre Samarkand
A morte me avisa que já está a caminho.
Ouvi falar de mortes ilustres
E de anônimas vociferações
Já não me lembro quantas vezes.
Em vôo pensei em evitá-la discretamente.
Porém, digo, não há como deixar de reconhecê-la.
Ela me habita desde menino
E me possui
E me consome à sua onipresença
Como o branco arroz ou o milho amarelo
Há tanto tempo não penso na sua vinda sub-reptícia
Porém ela se faz presente.
Consciente de suas inefáveis prerrogativas.
Então, que adiantam as minhas invectivas
Se já veio ? Se já está entre nós?
Na cadeira vazia,
silenciosa e atenta,
Quase submissa - quem diria ?
Magnânima senhora de meus dias e vontades,
Entregue a todas as minhas veleidades derradeiras
Com a paciência das avós sobre o crochê de antigamente
E dos netos sobre o sexo empinado, apenas descoberto.

Dolorida, repetida,
Até tu,
Até tu,
Até tu morrestes
Morte antiga.

Preparo-me para receber a tua sucessora,
A morte sem alarde,
Trombeta apagada e obscura,
Morte cordial, constante desejada,
A meu lado sentada
Paciente e curiosa,
Nada estapafúrdia, nada escandalosa,
Unicamente composta de uma leve distração,
Espécie de desvio de luz,
No pavio da velha vela que se apaga
E naufraga na barrela das águas vicinais.

Até já minha morte preferida.
Espere por mim que já vou indo,
Levemente debruçado sobre a tua paisagem,
Tuas árvores silenciosas,
Teu céu deslumbrado,
Tua forte mansuetude
Silenciosa e dura.
(03.07.75) (publicado em Fatos e Fatos de 03.07.77. "Escrito no vôo de 02.07.75 entre Roma e Teerã" (apud Jornal do Brasil de 20.05.78) - Publicada no Jornal do Brasil em 20.05.78


I-2 DISCURSOS GRAVADOS EM DISCOS:

1 - Improviso do Caminhão do Povo e o A Caminho da Liberdade com a participação Afonso Arinos Sobrinho.

2 - Discurso da História do Brasil (José Bonifácio, o Moço, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa)

3 - Discurso de Marco Antonio no enterro de Júlio César na sua tradução (em fita cassete).

I - 3 - PINTURA:

Como pintor C. L. reconheceu que não sabia o essencial: o desenho. E não dispunha do indispensável que era o tempo integral.

a) A Revista Fatos e Fotos de 06.07.77, número 824 reportou-se a um depoimento anterior de C. L. que vale reproduzir:

"Pintar era comunicar-se. Gostaria de saber pintar. Falta-me o essencial, que o desenho. Mas há um encadeamento, uma volúpia da matéria e da cor. Ser pintor bissexto é padecer num paraíso. Há muito tempo procuro alguém a quem pudesse invejar. Creio que encontrei. Chama-se Paul Galgue" (Revista Fatos e Fotos n. 311 de 1967)

b)- O número 824 dessa revista, por ter trazido várias reproduções de quadros de C. L., tornou-se um documento interessante desse pintor bissexto.

c)- Na biografia de John Foster Dulles, primeiro volume, página 33 há a seguinte revelação: "As ilustrações de C. L., desenhadas de forma primitiva e assinada Carlos Frederico, ocupavam espaço em RUMO ao lado das de Di Cavalcanti, Cândido Portinari" ("CARLOS LACERDA - A Vida de um lutador", 1º volume, 1914-1960, editora Nova Fronteira , primeira edição de 1.992)

d) CARTAS - À Letícia Lacerda, de Zurich em 12.06.74:"Não é a proximidade da velhice que me derruba mas a vida truncada, vida reduzida a ganhar dinheiro, sabendo que isto seria a última coisa que eu faria de minha vida tão cheia de grandes propósitos (e ainda preservando-os hoje) com legítimos ambiciosos objetivos. E com tudo isto me encontro órfão de meus próprios netos e tendo meus passos julgados severamente por meus filhos - cujo amor é duramente solicitado de mim e codescendentemente com relação a eles próprios, um pobre amor, sem deveres ou rituais, que julga-se livre por ser desprevenidos e soltos (whose love is as harsh and demanding of me as it is weak and condescending in relation to themselves, a poor love without duties or tituals, that juges itself free because it withers e wanes)". E prossegue "Você se julga muito só; imagine eu". E mais adiante: “Se hoje existe uma profunda e séria razão para me manter vivo é você não obstante saber que você não está acreditando nisto atualmente" e conclui "Mas eu sei que você me ama. E eu sei, cada vez mais profundamente e existencialmente amo você" (apud John W. Foster Dulles, "Carlos Lacerda, Brazilian Crusader", volume Two: The years 1960-1977, ed. da University of Texas Press, Austin, USA, 1996, página 579)
e) " Eu falhei como marido, como pai e como político" ( Entrevista concedida por Veiga Brito apud John W. Foster Dulles, "Carlos Lacerda, Brazilian Crusader", volume Two: The years 1960-1977, ed. da University of Texas Press, Austin, USA, 1996, página 582)

II - OBRAS DISPERSAS

1 - "Carta fechada a Humberto de Campos" (livro anunciado nos números 11,12,13 e 13 da Revista Acadêmica de 1935.(Cf. informação de Fernando Goldgaber a TVC em carta de 31.07.86. Endereço do missivista: Rua Hadock Lobo 224 - apartamento 302/a. Documento no Arquivo da Fundamar em BH). Antonio Carlos Vilaça e Antonio Rabelo a este livro se referem.

2 - "Uma luz pequenina" em edição de luxo da mesma Revista Acadêmica. (Informação passada ao mesmo missivista Goldgaber por Axel de Lostavechek. Edição de 1948 com apenas 480 exemplares). Na contra capa do livro XANAN consta que se trata de uma edição; segundo Foster Dulles a edição é de 1939
2.1 - Na contra capa do "Brasil e O Mundo Árabe" há a confirmação de que "Uma Luz Pequenina" é um livro de contos editado pela Revista Acadêmica, Rio, 1948.
2.2 - Foster Dulles é mais preciso: "O livro, dedicado a Ieda e Murilo (Miranda) e ilustrado por Axel Lskoscheck recebeu o título da primeira história" e o livro recebeu de Carlos Drummond a seguinte crítica - "versatilidade de um talento literário talvez excessivo na riqueza de sons, que algumas vezes transgridem os princípios de economia, válidos para toda arte" comentários na própria Revista Acadêmica n. 69, Dezembro de 1947 (apud Dulles, livro citado p. 109)

3 - "A luta pela liberdade nas Américas" com o pseudônimo de Olimpio Guilherme que encomendou o trabalho. Este foi revisto por Guilherme Figueiredo e a editora José Olympio a publicou.

4 - "A Via Sacra" - IN Jornal do Brasil de 24.03.78 Obra inacabada discretamente publicada antes na revista Liturgia e Vida. Este serviço de espiritualidade foi pedido por uma amiga que realizava trabalho pastoral. Estava revendo a publicação quando a morte o colheu

5 -- Discurso proferido em homenagem a Osório Borba (apud Cyro Siqueira IN Estado de Minas de 27.04.91, 2a. Seção, página 8)

5.1 - Cartas a Fernando Cícero Veloso de 1946 a 1947 (informação de Cyro Siqueira publicada no "Estado de Minas" de 27.04.91)

6 - Ensaio sobre "Machiavel" referido por A. Vilaça, ob. citada página 37 do Livro de Antonio

7. - Artigo-Ensaio sobre o Cooperativismo na Suíça, publicado no Observador Econômico encomendado por Valentim Bouças s/d. Provavelmente o mesmo texto de - "A Organização Cooperativa da democracia" (Tese, no prelo", é um título assim mencionado na contra capa de "O Brasil e o Mundo Árabe").

8 - "Viagem à cidade do Futuro - da Cidade Estática à Cidade Dinâmica" em torno da Ekistica, de Constantino Doxiadis

9 -” Que todos saibam" artigo escrito na Jornal da Tarde de 19.01.66 quando, instado pelos Mesquitas, voltou a escrever relutantemente porque "não quero pactuar com a ditadura mofina, feita de renegações e de vilanias. Não quero ter nenhuma participação na revolta nacional contra a revolução, mais tarde ou mais cedo responsabilizada pelo 1º de abril em que se transformou" (reproduzida no Jornal da Tarde de 23.05.77, pagina 16)

10 - Prefácio à tradução portuguesa do livro de John Kennedy - "Estratégia da Paz" (apud Roberto Campos, "A Lanterna na Popa - Memórias", editora Topbooks, página 818)

11 E mais as seguintes e nem todas esparsas::

11.1 - "Como foi perdida a paz" (correspondência de Paris - Editora Ipê São Paulo, 1946)
11.2 - "Palavras e Ação - Discursos e Entrevistas" editada pela Record
11.3 - "O Rio" (teatro) "minha malograda peça O RIO, escrita por encomenda de Álvaro Moreyra, lançada com pseudônimo e retirada às pressas do cartaz, no Rio em 1937, porque foi anunciada no jornal comunista. A peça era não era comunista, era apenas ruim" (Rosas e Pedras de Meu Caminho, capítulo III).
11.3.1 * Segundo informação em edição especial do Estado de São Paulo de 22.05/77, página 17, essa peça foi editada em São Paulo em 1943, tendo o autor escrito no prefácio: "Deve ser difícil suportar a vida quando não se tem o senso dramático dos acontecimentos". Nessa mesma informação se diz que C. L. escreveu 3 peças, duas levadas à cena em 1.945 com significativo fracasso. As duas outras peças se denominavam "Amapá" e "A Bailarina solta no mundo". Ambas levadas à cena por incentivo de Alfredo Mesquita. "
11.3.2** Segundo Antonio Carlos Vilaça em artigo publicado no J.B. de 21.10.92, a pretexto desta peça Severo Gomes (falecido com Ulysses Guimarães no desastre de helicóptero) convidou Lacerda para visitar no alto de Bocaina as nascentes do Rio Paraíba no qual Lacerda se inspirou para escrever a peça. Péssima segundo Severo.
113.3 *** Segundo F. Dulles, documentado por carta de Vera (irmã do biografado) a estréia foi um grande sucesso e o autor chamado ao palco para os agradecimentos
**** - Segundo ainda Antonio Vilaça em o "Livro de Antônio", página 36, o grande sonho de C. L.. (Júlio Tavares) era “escrever uma peça de teatro sobre Antonio José, o Judeu”. Porque, por suas raízes, é um homem de teatro, fundamentalmente de teatro. Desde os tempos de Álvaro Moreyra e Eugênia, na Rua Xavier da Silveira. Seu livro O Rio é uma peça de teatro... Traduziu Júlio César de Shakspeare que provocou a crítica minuciosa de Fernando Marques dos Reis que ele fez questão de publicar na Tribunal da Imprensa"

11.4 -" Reforma Agrária" (plaqueta)

11.5 - "Uma luz pequenina", contos, edição Revista Acadêmica, fora do comércio. 1939. Alguns contos ou todos vieram a ser inseridos no XANAN e outros Contos.

A seguir consertar a numeração confusa

11.6 - Poder das Idéias

8.7 - "O Brasil e o Mundo Árabe" - estudos de 1948

8.8 - "A Missão da Imprensa" Editora Agir 1950

8.9 - "Linha de Yenan e as Forças Armadas" - Edição Tribuna da Imprensa, 1957

9 - "Amapá'" - peça editada em 1945

10 - "A Bailarina Solta no Mundo" peca editada em 1945

11 - "Visão da Seca no Nordeste" - edição Tribuna da Imprensa, 1951

12 - "Quaresma do Brasil"

13 - "Caminhos da Liberdade" defesa de seu mandato perante a Comissão de Justiça. Depoimento de 12 horas. Edição Tribuna da Imprensa

14 - "Educação e Latifúndio" (tese) (referido na contra capa de Xanan, edição de 1959)

15 - "O Quilombo de Manuel Congo (novela)," Idem como acima, reeditado pela Lacerda Editora em 1998.

16 - "A exposição anticomunista" In Observador Econômico Financeiro" , n. 36, janeiro de 39

17 - "O rato Fiúza". Campanha eleitoral do Brigadeiro.

18 - " Brasil entre a Verdade e a Mentira" - Bloch Editores S. A. 1965
19 - Carta a um Amigo Soldado
20 - Rosas e Pedras de Meu Caminho (fascículos da Manchete

III - TRADUÇÕES de Carlos Lacerda identificadas ou referidas::-

1 - "Memórias de Uma esquizofrênica" de Sechehaye
2 - "O Bem Amado" - Peça levada à cena no Rio em 1963 no teatro Santa Rosa quando o tradutor era governador do Estado. Título original: "Come blow your Horn". Autor Neil Simon.
3 - "Como vencer na vida sem fazer força" (How to suceed in Business without Really Trying" - Consoante Foster Dulles esse hit do palco nova-iorquino foi traduzido por Lacerda na noite de 30 para 31 de Março para relaxar da tensão decorrente da situação política deteriorada.

4 - "Jefferson” traduzido em parceria com Fernando Tude de Sousa para a editora Nacional (referido em Pedras e Rosas, 9º capítulo)
5 - "O homem transformado pelo homem" de Jean Bernard
6 - "O Herege" de Morris West
7 - "Por que corres Ulysses ? " de Antônio Gala
8 - "Deus existe" de Frossard
9 - "Minha Mocidade" de Winston Churchill, edição 1941 da Editora Norte Sul, Rio de Janeiro
10 - " O Limão" de Mohammed Mrabet - Do original magrebino (árabe do norte da África), traduzido e adaptado para o inglês por Paul Bowles em colaboração com o autor. Tradução para o português e apresentação de Carlos Lacerda, edição Nova Fronteira
11 - "O homem transformado pelo homem" de Jean Bernard.
12 - "Fevereiro sangrento: a revolução de 1934 na Áustria" de Ilya Eherenburg - Prefácio e tradução de Carlos Lacerda
13 - "O homem que fazia milagres" conto de H. Wells
14 - "O dia em que Lincoln morreu" de
15- "Pedro e Lúcia" de Romain Rolland. Tucano da Globo em 1946
16 - Prefácio para a tradução portuguesa do livro de John Kennedy - "Estratégia da Paz" (apud Roberto Campos, "A Lanterna na Popa - Memórias", editora Topbooks, página 818)
17 - "A Vida de Miguel Angelo", editora Leitura 1944, capa de Santa Rosa
18 - "Em Cima da Hora", de Suzanne Labin, tradução, Prefácio e Notas de Carlos Lacerda - editora Record, 1963,
19 -"Oração sobre a Acrópole" de Ernest Renan, transcrita no livro de crônicas - O Cão Negro (1971)
20 - "Caracteres" de La Bruyère ("fez-me um grande bem traduzir esse livro publicado com o pseudônimo de Luís Fontoura em 1936" Cf. Segundo Capítulo de " Rosas e Pedras de meu caminho"
21 - "Júlio César" de Shakespeare - "A vida de Miguel Ângelo" de Romain Rolland
22 - "Do Escambo à Escravidão - Relações Economias de Portugueses e Índios na Colonização do Brasil (1500-1580) - de Alexander Marchant - Tradução e Notas de Carlos Lacerda escritas para a primeira edição em 1943. 2a ed/INL/MEC em 1980 pela Cia. Editora Nacional. Volume 225 da Brasiliana)
23 - Um objetivo nacional para a Espanha" de Manoel Fraga Iribane
24 - "A dança da morte"de Augusto Strinberg

IV - CRONOLOGIA DAS PUBLICAÇÕES DAS OBRAS Principais e das esparsas e de COLABORAÇÕES e fatos destacados:

1929 - Iniciou-se no Jornalismo no Diário de Notícias aos 15 anos, pelas mãos de Nóbrega da Cunha (Cf. Mundo Ilustrado de 11.08.53, n. 28, página 8) em página sobre educação dirigida por Cecília Meireles
1933 - Educação e Latifúndio (tese)( referido na contra capa de Xanan, edição de 1959, como sendo de 1933)
1934 - O Quilombo de Manuel Congo (novela), Idem como acima, isto é, mencionada na contracapa de Xanan
Leu o Manifesto de L. Carlos Prestes no Teatro João Caetano (*)

1935 - "Carta Fechada a Humberto de Campos"

1936 -

1937 - Estado Novo.

1938 - Colaborou na revista Seiva da Bahia sob o pseudônimo de Marcos Pimenta e no Observador Econômico
A colaboração na Revista Acadêmica na década de 30 é revelada por ele em Depoimento (fls. 37 e 41) quando narra que usava vários pseudônimos e um deles Júlio Tavares só para fazer raiva a um homônimo
Na contracapa de Xanan e Outras histórias há a referência que se trata de edição da Revista Acadêmica, "fora do mercado".
Começou a trabalhar em "Diretrizes" de Samuel Wainer com quem rompeu por não concordar com orientação da Revista de apoiar o pacto Teuto-Soviético. O rompimento público com o partido comunistas no qual, embora militante, nunca se inscrevera.

1939 - Uma Luz pequenina (Cf. 1948)

1939 - "A exposição anticomunista" no “Observador Econômico Financeiro", n. 36, janeiro de 39 *como matéria paga pelo DIP e com o visto e aprovação da cúpula do Partido Comunista. Publicou esse artigo e só ele foi preso. (*)

1940 -
1941 - Tradução da "Minha Mocidade de WINSTON CHURCHILL, Editora Norte-Sul
1942
1943
1944/45 - Diretor da Agência Nacional - distribuidora de notícias dos Diários Associados. Rompeu com os Diários Associados por se recusar a desmentir uma entrevista verdadeira dada por Fernando Costa, Ministro da Agricultura. Um dos redatores do Manifesto dos Escritores realizados em São Paulo, concluído em 22.01.45 Entrevista José Américo de Almeida em 22.02.45

1946 - "O rato Fiúza". Campanha eleitoral do Brigadeiro.

1947 - Eleito vereador do antigo Distrito Federal com 36.400 votos. Renunciou ao mandato quando o Distrito perdeu sua autonomia que passou para o Senado.

1948 - Uma luz pequenina (contos) Editora Revista Acadêmica (Cf. 1.939)

1948 - O Brasil e o Mundo Árabe sem referência à editora, impressora Irmão Pongetti. Israel nunca o perdoou. A viagem e a obra teriam sido financiadas pela Liga Árabe. Nesse livro fez a previsão da queda do Rei Farouk e a de que a implantação do Estado de Israel seria a implantação da guerra permanente nos países árabes. Irreparável falha da diplomacia brasileira que votou a favor e que C. Lacerda atribui a Osvaldo Aranha, contrariando recomendação do Itamaraty

1948 - , Prefácio para a tradução do livro "A Rússia de Stalin - Panorama do Regime Soviético"

Fundada a Tribuna da Imprensa
Agredido na saída da Rádio Mayrink Veiga no dia 17.04.
Esteve na ONU como jornalista e fez a previsão de que a guerra mundial não havia terminado no livro "Como foi perdida a Paz"

1949 - Tradução de " A vida de Miguel Ângelo" de Romain Rolland, com capa de Santa Rosa, edição da CIA. Editora Leitura. Agredido no elevador do prédio de sua residência e salvo pelo seu adversário Vitorino Freire e pelo filho deste, seus vizinhos. Agressor: um oficial da aeronáutica.

1950 - "A Missão da Imprensa", editora Agir. Crise política. Rompimento com a UDN e com o Brigadeiro pela burrice da segunda candidatura do herói que se tentava impor ao imaginário popular. Recusa de Milton Campos a candidatar-se e a infeliz idéia de indicar Afonso Pena Júnior que se comportou como Juarez Távora quatro anos depois. A burrice de uns, a cegueira de outros e a impenetrável mentalidade dos juristas da UDN transvestidos em políticos.

1951 - Visão o da Seca no Nordeste (Coleção Tribuna da Imprensa). Campanha "Ajude seu irmão" e a sua entrevista com a primeira Dama, D. Darcy Vargas, presidente da LBA

1955 - Refugiou-se com a equipe do Presidente da República em exercício no navio Tamandaré quando do golpe do Exercito que derrubou o Governo e impediu em 21.11.95 que o Vice-Presidente eleito Café Filho reassumisse o Poder. Exilou-se em seguida na Embaixada de Cuba, estando o País sob o Estado de Sítio decretado em 25.11.55. Traição em Marcha (Caderno da Tribuna de Imprensa de 29/30 de Outubro de 1955, 23 páginas


1956 - Da Carta de C.L. datada de Norwalk em 30.01.56 ao jornalista Carlos Alberto Aulicino publicada no "Estado de São Paulo" de 07.08.84, paginas 2:” Respondo sua carta de 19 de janeiro (1956) ... quis esperar as passagens dos dias para responder com inteira segurança sobre o que realmente penso e sinto. No entanto, ainda não creio chegado o momento de lhe dizer tudo, por motivos óbvios. Basta que lhe diga, por enquanto, que não pretendo voltar ao Brasil, como você sugere, logo que termine o sítio. Os motivos são vários e complexos e você me desculpará por não pormenorizá-los agora. Mas, sobretudo, considero a minha ausência mais útil ao Brasil do que a minha obstinada e afinal inútil presença. Servi de bode expiatório e de armazém de pancada durante dois anos, ou quase, na esperança de que os que com isto eram poupados pudessem ou quisessem ou soubessem agir. Agora, voltar seria reiniciar o ciclo infernal das nossas tribulações, de uma amargura que absolutamente não pretendo nem desejo cultivar para dar aos maiores responsáveis alento e pretexto para não agirem. Não. Agora eles têm de agir ou desonrar-se, ou desaparecerem como líderes que verdadeiramente não têm sido.

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Algum dia voltarei e peço a Deus que não tarde demais para que possa dar ao Brasil alguma substância do meu sonho” (Texto integral no arquivo FUNDAMAR)

13.07.56 - Chegou de Portugal de navio. ("Assisti à sua recepção na sede da UDN do Rio e surpreendeu-me ele interromper seu agradecimento, contido pela emoção e pelas lágrimas" depoimento de TVC no arquivo da FUNDAMAR.

1957 - "Liquidei quase tudo que possuía naquela altura e contraí dividas. Recebi de amigos que tenho a honra de possuir, apoio e auxilio para completar o necessário à vida em país de câmbio difícil para nós, brasileiros. Vendi aqui, então uma automóvel" (Discurso em 23.02.57 - D. do Congresso, página 874 apud Albite Ulrich, ob. citada, página 123).
1957 - Em 07.03.1957 - Lacerda leu na tribuna da Câmara um telegrama secreto que provocou o processo mal sucedido da cassação do seu mandato de deputado Federal (Evandro Lins e Silva - O Salão dos Passos Perdidos - Depoimento ao CPDOC, edição Nova Fronteira de 1997)

1957 - A Linha de Yenan e as Forças Armadas (Coleção Tribuna da Imprensa). "O Caminho da Liberdade (Coleção Tribuna da Imprensa) e uma edição da Empresa Gráfica Ouvidor de 1957)

1957 - Discurso no dia 25.11.57 no Congresso em que denuncia a censura ao radio e televisão declarando ilegal, inconstitucional, imoral, degenerescência dos princípios republicanos, e chega a dizer que é "um governo da fraude ou na fraude, pela fraude e para a fraude" Diário do Congresso de / /

1959 - Xanan e outras histórias - Editora Francisco Alves
1960 - Eleito Governador da Guanabara por escassa maioria de votos. Seu adversário e filho do Agamenon. Tomou posse como Primeiro Governador do Estado da Guanabara em 05.12.60 -

1961 - Discurso que derrubou Jânio em 24.08.61. Improviso pela Televisão, pretexto para a renúncia

1962 - O Poder das Idéias - Editora Record. Em 30.03.62 encampação da Telefônica Brasileira controlada pelos canadenses. "Assim o esquerdista Goulart, através de Tancredo Neves, defenderia uma empresa capitalista das atitudes confiscatórias de um direitista C. Lacerda" (R. Campos)

1963 - Tradução Em Cima da Hora de Suzanne Labin com prefacio e notas de Carlos Lacerda. - Distribuidora - Record
1963 - "No final de Setembro de 1.963, o Governador Carlos Lacerda concedeu uma entrevista o jornal americano Los Angeles Times prevendo a queda iminente de João Goulart, devido a uma reação militar. Em 4 de Outubro pediu o pedido de estado de sítio foi feito. Goulart retirou o pedido 4 dias depois" (Evandro Lins e Silva, O Salão dos Passos Perdidos - Depoimento ao CPDOC, edição Nova Fronteira de 1997, página 409)30.09.63: entrevista de C.L. ao Los Angeles Times 04.10.63 - Mensagem Goulart pedindo estado de sítio. 07.10.63 - requerimento do deputado padre Godinho e de mais 140 deputados pedindo a abertura de inquérito para apurar tentativa de seqüestro chefiado pelo General Alfredo Pinheiro (cf., Carlos Castelo Branco, volume 2º, Introdução à revolução de 64)
1964 - Ato Institucional em 09.04.64
1964 - Desafio e Promessa - O rio São Francisco, editora Record (reedição)

1964 - Reforma e Revolução - editora Record

1.964 - Começo do fim da revolução democrática. Em julho houve a reforma da Constituição para prorrogar o mandato de Castelo Branco por 14 meses. Eram necessários 205 votos em 475 congressistas. 205 a 96 votos. Os equivocados congressista conseguiram 205 votos, tendo um deputado (Francelino Pereira) sido "forçado" a mudar voto já proferido. Eu estava em Belém e tive notícia e chorei pelo fim da democracia, aquela tenra florzinha lembrada por Otávio Mangabeira. Eleição direta nunca mais. Sei que o M. Pinto, o meu amigo e minha admiração humana mas não política, foi personagem importante na mudança de um voto e no arrastamento do voto do deputado goiano Luiz Bronzeado que estava fora do plenário e não viera votar contra a prorrogação porque Carlos Lacerda não quis aliciar votos.

1964 - 07/07/64 - Carta a Bilac Pinto, Presidente da UDN solicitando a convocação da executiva para dar seqüência à homologação de sua candidatura e seu empenho para barrar a campanha de prorrogação do mandato de Castelo Branco.
1964 - 15/07/64 - Entrevista em Belo Horizonte na TV Itacolomy criticando a política econômica do Governo Castelo

1964 - 10/07/64 - reassume o Governo da Guanabara depois da licença para viajar e comenta a situação política contraditória de se evitar a eleição por medo do povo que impôs a queda do governo de João Goulart

1964 - 22/07/64 - Carta a Bilac Pinto prevendo os malefícios decorrentes da prorrogação mandato preconizada pelo Presciente da UDN
1965 -" Brasil entre a Verdade e a Mentira" - Bloch Editores S. A. 1965
1965 - 17/05/65 - Carta ao Governo criticando a política econômica
1965 - 18/05/65 - Crítica à política pela TV explicitada na carta de 17..
1965 - Fundação da Editora Nova Fronteira com o sucesso inicial com o Dicionário Aurélio distribuído pela Record de Alfredo C. Machado com quem rompeu antes dos 50.000 exemplares dos 250.000 vendidos, episódio narrado por Foster Dulles no segundo volume página 566
1965 - Roberto Campos é indicado pelo Governo para responder a Lacerda pela Televisão (Folha de 20.05.65)
1965 - 25/05/65 - Resposta a Roberto Campos 21
1965 - Em 4 de Setembro de 1965, Carlos Castelo Branco comenta em sua coluna no Jornal do Brasil o resultado de uma pesquisa do IBOPE a respeito do debate entre Roberto Campos. Pró-Lacerda: 56%; pró-Campos: 08%. Se a eleição para Presidente da República fosse hoje em quem você votaria: Carlos Lacerda venceu disparado com 49%
1965 - Ato Institucional n. 02 em 26.10.65. J. Foster Dulles Júnior escreve no segundo volume da biografia de Lacerda que este, neste dia recolheu-se para adaptar o conto O Duelo do poeta Manuel Antonio Álvares de Azevedo para o cinema. (Não teria sido O Duelo de Guimarães Rosa. Vou pesquisar/

1965 - "Paixão e Crime" (segunda edição) - Editora Nova Fronteira - O prefácio de Romero Neto é datado de 66

1966 - Ato Institucional n. 03 de 04.06.66
1966 - Ato Institucional n. 04 de 07.12.66 -
1966 - Carlos Lacerda resolve suspender momentaneamente sua colaboração aos jornais em 04.07.66 com o artigo "Adeus as Armas".
1966 - Artigo "De volta às Armas" no Jornal da Tarde em 06.09.66
1966 - A Frente Ampla foi proposta publicamente por Lacerda em setembro de 1966 antes da posse de Costa e Silva e lançada oficialmente em 28.X.66 por manifestado publicado nos jornais assinado apenas por Carlos Lacerda. Em 19.XI.66 saiu a Nota de Lisboa assinada por ele e Juscelino.
1966 - "Carta a um amigo fardado" no Jornal da Tarde, Tribuna da Imprensa, Diário de Minas, Jornal da Tarde de Curitiba e O Estado de Fortaleza em 00.10.66

1966 "Uma Rosa É uma rosa É uma Rosa" (2a edição) - Editora Distribuidora Record
1966 - "Crítica e Autocrítica" - editora Nova Fronteira. Impresso em 1966
1966 - Manifesto da Frente Ampla em 19.XI.66

1967 - Dezembro, grande concentração operária no ABC
1967 -Carlos Lacerda assina manifesto em 22.09.67 com Jango, sem a assinatura de Juscelino, confirmando a tríplice aliança da Frente Ampla, tendo deixado com sua filha uma carta para que fosse usada caso lhe acontecesse alguma coisa que o impedisse de falar
1967 - "Lacerda vai a Jango e faz pacto político" (Folha) em 26/09/67
1967 - Em Dezembro de 1967 houve a primeira grande manifestação pública de operários no ABC paulista

1968 - Primeira denúncia de terrorismos praticados por elementos do Governo Federal feita por Sérgio Macaco (Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho) em 04.04.68
1968 - Entrevista de outubro de 1967 dada por Lacerda ao programa de William Buckley político Linha de Fogo do Canal 9 americano foi reproduzida em Setembro de 1968, o que levou Lacerda a solicitar retificação da emissora sobre a data da entrevista e que a circunstâncias de 68 eram diferentes da de 67 e acrescentou que não estava rompendo o silencia: "quando tiver que falar, falarei". Na entrevista de 67 Lacerda teria confirmado: "Dizem que quero ser candidato a Presidente da Republica e não nego" (trecho da Veja de 11.09.68, cópia no Arquivo da Fundamar)
1968 - Fechamento da Frente Ampla em 05.04.68 pela Portaria n. 177.
1.968 - Ato Institucional n. 5 de 13.12.68
1.968 - O ano que não acabou na significativa alegoria de Zuenir Ventura. No seu último artigo antes de ser cassado, C. L. acusava os militares governantes de "minoria militar e neofacista"

1968 - Depoimento no DOPS ainda sob efeito da greve de fome. Episódio ironizado por seu irmão Maurício como "drama de Shakspeare em País de Dercy Gonçalves" em 19.12.68.
1969 - Tradução de "O Limão" de Moahammed Mrabet, adaptado por Paul Bowles, editora Nova Fronteira. "Balanço da África Negra" sob o pseudônimo de Júlio Tavares, com destaque sobre Biafra e outras nações esquecidas da África - (Cyro Siqueira considera um dos melhores trabalhos histórico-jornalísticos sobre a África.)
1974 - Prefácio ao livro de Antônio Spínola, "Portugal e o Futuro"
1971-"O Cão Negro" (1971) - Editora Nova Fronteira Colaborador do jornal "A Capital" de Lisboa

1975 -" Em Vez..." (2a. edição) Editora Nova Fronteira. Nesse livro são reproduzidas as antológicas entrevistas com Madalena Tagliaferro, Tom Jobim e Roberto Carlos.

1976 - Dezembro de 1976, membros da Confraria dos Amigos do Livro, receberam os exemplares em edição de luxo com uma tiragem de 1.500 exemplares.

1977 - A Casa de Meu Avô (4a. edição). A primeira edição apareceu em março-abril de 1977.

1977 - Depoimento - editora Nova Fronteira. Assumiu em abril de 77 no lugar dos filhos que a deixaram antes e do gerente Roberto Riet Corrêa, a direção da Nova Fronteira e da Nova Aguilar, convidando para seu assistente o jovem Paulo Sena Madureira
a
06.05.77 - carta ao ex-adversário Batista Luzardo, um dos últimos trabalhos de sua lavra publicado em vida.

1982 - "Discursos Parlamentares - Seleta" - com apresentação de José Honório Rodrigues e Notas do Editor - 1982 - Nova Fronteira

1.987 - "Carlos Lacerda - 10 anos depois" por Cláudio Lacerda de Paiva, Editora Nova Fronteira, 1987

1.992 - "Carlos Lacerda - Vida de um lutador" por John W. Foster Dulles

1.993 - "Carlos Lacerda - O sonhador pragmático" por Mauro Magalhães - edição 1993 da Civilização Brasileira

1998 - Reeditado "O Quilombo de Manuel Congo", como de autoria de Carlos Lacerda. A primeira de 1935 saiu publicada com o pseudônimo MARCOS e a seguinte dedicatória:

"Rio Paraíba, rio da escravidão, cujas águas profundas arrastavam as queixas dos meus irmãos escravos/Rio Paraíba, cujas águas, tropeçando nas pedras do teu caminho, vão lavando generosas a mancha da escravidão/Rio Paraíba, que não te fizeste navegável para não servir aos opressores dos meus irmãos escravos./Rio Paraíba da minha infância, cujas enchentes afogam a miséria dos meus irmãos camponeses. / Rio Paraíba que vais correndo para não ver a miséria que vive pelos tuas margens./ este livro é teu"


V - ENTREVISTAS DESTACADAS

1961 - 23/12/61 - Entrevista ou entrevero com os presos amotinados no Presídio Frei Caneca
1963 - LOS ANGELES - Esta entrevista seria o pretexto para decretação do Estado de Sítio pedida em 4.10.63 no dia do atentado de um grupo das forças armadas abortado pelo coronel Boaventura Cavalcanti.
1963 - 07.12.63 a Murilo Mello Filho da Manchete, n. 607, páginas 114 e seguintes: "Sou, deliberadamente, um idealista pragmático. Um democrata cristão que confia n processo de ascensão social dos trabalhadores pelo aperfeiçoamento do processo democrático de preparação dos cidadãos para o exercício responsável da democracia" .

1.964 - Tevê Tupi. Entrevistado por Arnaldo Nogueira em Janeiro. Programa ao vivo de uma hora, começou às 10 da noite e terminou às dez para as duas da madrugada com mais de 18 perguntas formuladas pelo telefone sem resposta por falta de tempo

1964 - Entrevista dada a rádio e televisão francesa ao desembarcar em Orly para "explicar" a revolução: "A primeira pergunta era se a revolução tinha sido feita com apoio dos americanos. Eu disse: Não, há um engano, o que foi feito com o apoio dos americanos foi a libertação da França em 1940". Outra pergunta foi assim: O Sr. foi comunista na juventude. Respondi: Sim, tal com André Malraux. Outra: Como é que o Sr. explica essa revolução sem sangue no Brasil ? Respondi: é porque revolução no Brasil é como casamento na França. “E por aí vai” ("Depoimento" página 311 e 312)
1966 - Carta dirigida por Carlos Lacerda ao Diretor do Jornal do Brasil em que declara: "enquanto eu for vivo, haverá neste País um homem diante do qual o Sr. Castello Branco, com toda a sua empáfia, têm de baixar os olhos, porque sabe que esse homem o viu mentir, intrigar e trair" (Transcrita a carta por inteiro no livro de Mauro Magalhães, Lacerda - O Sonhador Pragmático, página 255)
1966 - Manifesto da Frente Ampla em 19.XI.66
17.09.68 - Washington , D. C.
03.07.71 - Rio de Janeiro
8.05.74 - Revista VEJA, páginas amarelas
1974 - Entrevistas para a revista Manchete com Tom Jobim, Roberto Carlos e Magdalena Tagliaferro, transcritas no livro "Em vez..."
06.06.77 - Coletânea de frase nas páginas 32/33 da Revista Manchete de (continua no arquivo Lacerda2)

V - APARTES DESTACADOS


JANGO-GETULIO :(aparte a discurso de Francisco Macedo em 25.10.56) "parto do princípio de que não é lícito ao Vice Presidente da República deixar de pagar suas dívidas no Banco Oficial; não era lícito ao atual Vice-Presidente, quando favorito ou amigo pessoal do Presidente entôo vivo, usar o prestígio da sua amizade para hipotecar ao Banco do Brasil bens que ainda não possuía, e com o dinheiro então levantado comprar ao próprio Presidente da República uma fazenda para entregá-la em hipoteca, como garantia do dinheiro que já havia levantado; não era lícito ao Sr. Vice Presidente da República depois de empossado na Vice Presidência, não havendo sequer começado a amortizar" ( Diário do Congresso de 25.10.56 apud Maria Alayde página 103)

JERESSAITI - Para encaminhar votação do Projeto de Resolução n. 659-A, referente ao inquérito parlamentar "aberto nesta Casa para investigar, até o fim (....) a questão da falsificação de licença de importação na antiga Cexim, em Fortaleza, por parte de duas firmas, a Bonaparte Maia e Jereissati (Carlos Jereissaiti, presidente do PTB do Ceará (PAI do futuro Presidente do PSDB):). “o que está atestado é que uma”. firma do Ceará importou, a certa altura, mais de 90% de todo o tecido estrangeiro para roupas de homens no Brasil, à custa de licenças de importação falsificadas" Diário do Congresso de 20.10.56 apud Maria Alayde, página 101)

JOSÉ PRESIDIO: "a julgar pelo partido que representa (PTB) e as companhias com quem anda, está com o sobrenome carregado de destino" (apud Carlos Alberto de Barros Santos, In Estado de Minas)

YVETE VARGAS - "Agradeço à nobre Colega o elegante aparte com que honrou e constrange-me dizer que seu o meu discurso é um purgante, o aparte da nobre aparteante é o efeito"
(Raul Giudicelli afirma que este aparte foi dado a Elói Dutra e não à Ivete. "Fatos e Fotos" de 06.06.77, pagina 18. )- "V. Exa. é muito jovem para ser minha Mãe" ( aparte à mesma deputada que ingressou no plenário o chamando f.d.p. segundo Carlos Brickmann)

ÚLTIMO DE CARVALHO - "Acordar cedo para chefiar um Governo desonesto (de Juscelino) é pior do que dormir até tarde" (Discurso pronunciado em 06.12.57 e publicado no DO de 18.12.57, Seção I apud Maria Alayde, fls. 228/220)

ULYSSES Guimarães - "Transmito a opinião de um candidato à presidência da República que afirma:- as eleições são roubadas, mas quero eleger-me com elas. Depois reformarei a lei eleitoral (em 24.05.55 - Albiit página 72)

VI - FRASES

1. "Sem fé, a nossa vida não passa de uma obrigação obscura e monótona. Com ela, se transforma numa fascinante peregrinação" (A Via Sacra - J. do Brasil de 24.03.88)

2- "Peço a Deus que me mande morte de surpresa - mas sempre me prepare para recebê-la"

3 - Sobre o seu avô Sebastião Lacerda - creio que a sua grande vocação ele realizou: ser viúvo (Na Casa de Meu Avô)

3 - "Vocês estão me matando" (suas últimas palavras apud Cyro Siqueira ouvida e Fernando Cícero Veloso, dirigidas aos médicos que o atenderam sem saber que era diabético (Estado de Minas, 27.04.91, 2a Seção, p. 8)

4 - "Gosto do advogado que resolve, não que cria dificuldades" (Manchete de 18.07.77. p. 53)

5 - "Gosto de saber o essencial de tudo. Os pormenores deixo aos outros" (Manchete de 18.07.77 p. 54)

6 - "Não sei até hoje extrair uma raiz quadrada. A cúbica então é uma ficção científica" "Trato com bastante cerimônia as frações. Não saberia distinguir as próprias das impróprias" (Manchete de 18.07.77)

7 -"Camões não fez os Lusíadas para desemburrar meninos e sim para inspirar um povo. Eis toda a diferença entre alfabetização e Educação" (Manchete de 18.04.77)
8 – “Sei hoje que só há uma energia cara. É aquela que não se tem" (Manchete de 18/04/77)

9 - "Sou dos que preferem estender a mão ao vencido do que curvar a cabeça ao vencedor" (Do ultimo escrito, carta ao Embaixador Batista Luzardo)

10 - "A política econômica do Governo revolucionário chegou à perfeição - mata os ricos de raiva e os pobres de fome"

11 - "A política econômica do Dr. Campos é como pílula anticoncepcional para as mulheres. Dá uma falsa impressão de segurança aos empresários enquanto estão sendo f." (Roberto Campos, "A lanterna na popa - Memórias - edição 1.994, página 826)

12 - " O poder não é cargo de sacrifício. Ao contrário é fone de alegria" (Depoimento, Nova Fronteira, 1977, 1a edição. página 68)
VII - Opinião SOBRE Políticos e homens públicos

AFONSO ARINOS: "fiquei tomado de surpresa quando vi Afonso Ministro do Exterior; pensei que ele não aceitasse cargos no governo Jânio, de tão horrorizado que voltou de Cuba, horrorizado com o homem e com o seu comportamento"(IN DEPOIMENTO, fls. 241).

AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT - "Péssimo político, porque poeta e profeta. A F S andou por longo tempo em campos separados daqueles pelos quais andei. Mas, quanto mais dura era a nossa divergência, quanto mais áspera - porque indispensável no meu entender, a minha crítica - mais me rendia a uma constante e permanente admiração pela poderosa inteligência" "Carlos Lacerda, "Em vez", edição Nova Fronteira, de 2973, pagina 181)
ÁUREO de MOURA ANDRADE - "Tem o porte de um senador romano e a mente de um cavalo do Jockey Clube" (atribuída a C. L. Por Roberto Campos, "A lanterna na popa - Memórias - edição 1.994, página 827)

BARÃO DE MAUÁ - "Então os ingleses perceberam muito bem, na ocasião, que o Brasil era um país a desenvolver. Viera e começaram o desenvolvimento tentado pelo Barão de Mauá durante o Império; mas o Barão de Mauá, traído pelo Imperador Pedro II, foi levado a falência. U documento talvez tão extraordinário quanto a carta de Campos Sales é famosa autobiografia do Mauá, que consiste na sua exposição aos credores, quando empenhou até pince-nez e as moringas de sua casa para pagar as dívidas" (In Depoimento, Editora Nova Fronteira, página 341)

BERNARDES, Arthur: "Um homem sem nenhuma experiência de vida, pois sua vida foi do Colégio do Caraça, dos jesuítas da serra, à política, dentro da que viveu. Um senso de missão que ele tinha ? Em todo caso não era mistificação" (Manchete de 18.04.77

BLOCH, Adolpho - "Como é gráfico, inveterado e incurável, fez de sua obra e de sua vida algo semelhante ao que Chagall fez de sua reinvenção da vida. Judeu e russo, você se fez tão brasileiro que acabou influindo sobre o Brasil, que o marcou de modo tão indelével e lhe deu esse otimismo, com o qual resiste" ( Carta no 25º aniversário da Manchete, publicada em Fatos e Fotos n. 824, p. 24

CAMPOS SALES - "Castelo tinha aprendido a história do Brasil errada. Estava convencido de que Campos Sales tinha sido um grande homem das finanças brasileiras e que Roberto Campos era o novo Joaquim Murtinho. E que nós tínhamos que importar capital estrangeiro para desenvolver o Brasil! E que para importar capital estrangeiro era preciso ter uma moeda forte enquanto - o estrangeiro acreditasse. Por outras palavras, eles queriam, no fundo, fazer no Brasil o erro de Salazar, que teve um escudo forte e um país fraco" (In Depoimento, editora Nova Fronteira página 342)

GETÚLIO - "foi um grande homem mas não um estadista" ( John Foster Dulles Jr.). - "C.L. Brazilian Cruzader", 2º volume, página 565

JOSÉ LINS DO REGO - "Não creio que fosse propriamente um homem inteligente. O seu talento era tão grande que a inteligência, muitas vezes era por ele abafada" (Carlos Lacerda, Em vez, 2a edição Nova Fronteira, pagina 23)

JUSCELINO: "A dificuldade maior de opor a Juscelino Kubitschek de Oliveira foi esquecer, por dever público e fidelidade a princípios, a envolvente simpatia e a capacidade de compreensão de sua extraordinária personalidade. Ele foi exemplo de ambição e ao mesmo tempo de solidariedade humana. Quando nos encontramos a primeira fez, ele era prefeito e eu conspirava. Quando nos vimos pela última vez, éramos amigos e descobrimos que a nossa amizade latente sobrevivera a todas as lutas. Depois de muitas, o que ficou foi a recíproca intenção, o mútuo desejo de servir ao país pelo qual nos desentendêramos, pelo qual afinal nos entendemos"

KELLY, O. - "O Kelly, por exemplo, é um homem de virtudes morais relevantes. Mas como pode ele exercer a chefia parlamentar da UDN sem ao menos explicar que foi que ele fez no Ministério da Justiça ? Que foi ele fazer ali ? Que contas presta ao País pelo Ministério que não sabia de uma conspiração preparada desde julho e por nós denunciada há tanto tempo" ( Carta a Fernando Cícero Veloso em 17.02.1956)

Leônidas REZENDE - "Pelo favor de nossa companhia Leônidas de Rezende, rubicundo, levemente irônico, como quem acredita sem crer, misto do desejo de ter fé e o medo de ser possuído " ( Em vez, página 108)

Luiz CAMILO de Oliveira Torres: - "um desses intelectuais que, possuído de paixão cívica, fazem, depois tudo o que os políticos não fazem, depois os políticos o tratam como um amador importuno" (Manchete de 18.04.77

MESQUITAS - "Pobre de mim, que tenho de contar a vida dos dois Mesquita num pequeno livro, o mais legível que possa, sem ofender a verdade e o bom gosto, numa pesquisa ocasional e precária, de menos de um ano, repleto de afazeres e duvidas, condenado a fazer o que não queria, já que o queria me é proibido" (Carlos Lacerda, "Em vez", 2a edição, Nova Fronteira, 1975, pagina 174)


MILTON CAMPOS: - "Milton era uma grande pessoa, um homem de prosa agradabilíssima. “Tomava o seu uísque como toda gente; era humano como toda gente: era uma figura humana extremamente acolhedora e simpática, mas não tinha nenhum gosto pelo poder.” IN Depoimento, fls. 239 - "Sua ironia não perdoaria sequer a figura de Milton Campos quando de sua nomeação para o Ministério da Justiça: um bom Ministro para evitar uma revolução" (Roberto Campos, "A lanterna na popa - l Memórias - edição 1.994, página 827):
-
PEDRO Aleixo (Manchete 18.04.77) - "No referido dia do referido golpe, encontrando a Câmara ocupada pelo Exército, o Presidente Aleixo, revoltado, tomou um táxi e mandou tocar para Belo Horizonte"
ROBERTO CAMPOS: "Roberto Campos conhece tudo que eu não conheço de economia e eu conheço tudo que ele desconhece da política. Ele é o homem que eu escolheria para Ministro da Fazenda de meu governo" (John W. F. Dulles, "Carlos Lacerda, Brazilian Cruzader, volume II: 1960-1977, University Press, Austin, USA, página 561

SARTRE "Creio que foi Jean Paul Sartre quem um dia se gabou de ter ficado órfão aos 9 anos pois, do contrário, seria homossexual. Não seria melhor do que ser Sartre ?" (Em vez, página 81)

SALAZAR - "Carlos Lacerda diria, anos depois, quando Salazar completava 70 anos, que ele era "o mais inteligente, o mais lúcido, o mais implacavelmente lúcido dos anacronismos" (Roberto Campos, "A lanterna na popa - Memórias - edição 1.994, página 292)

VIRGÍLIO de M. Franco (apud depoimento, 128/129)- "Virgílio e era de uma coragem temerária. Foi assassinado por um antigo empregado em 29.X.48. Pelo inquérito foi constatado que havia uma outra bala na escada de serviço. Havia portanto uma outra pessoa que nunca foi encontrada. Mais. Verificou-se mais tarde que esse empregado tinha antecedentes criminais em Uberaba"

VIII - OPINIÃO SOBRE TEMAS:






AÇÕES AO PORTADOR - "Abolir ações ao portador, é salvaguardar os interesses da economia nacional e permitir que se conheçam a origem e a propriedade do capital das empresas" (Justificando Projeto 360 em 14.905.55 - Albite página 79)

BRASIL - "A grande batalha do Brasil é contra a miséria, contra o seu atraso, contra o desperdício de oportunidades, de energias, de recursos e de vida. O nosso ódio, devemos concentrá-lo nisso, se é necessário odiar para isso. O nosso amor, devemos concentrá-lo nisso, e não no culto a este ou àquele herói" (O que há por de traz da Frente Ampla, "Carlos Lacerda, O Sonhador Pragmático" de Mauro Magalhães, página 330)

CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA -” Como é hoje esse fundo de cultura ameríndio e africano sobre o qual se forma a civilização mestiça tropical de que somos, no Brasil, a primeira grande e positiva demonstração, tal como na zona temperada foram os ingleses e os franceses, ou na Ásia, absorvendo o que a China, Portugal e as universidades americanas ali desembarcaram, veio ser o Japão. Por isto o Brasil entrara' no século XXI como um novo fator de civilização mundial, capaz de absorver toda novidade porque não tem muito lastro a retê-lo senão o medo do seu próprio destino" (Carlos Lacerda, "Em vez", 2a edição, Nova Fronteira, 1975, pagina 173/174)

CIVILIZAÇÃO CRISTÃ - "a moção de que existe em cada ser humano uma Pessoa, e esta é intocável, em sua essência - a grande contribuição do cristianismo, desde sua origem mosaica 'a' iluminada civilização, grandiosa mas pouco generosa, fascinante mas injusta, que nos legaram a Grécia a sua primeira filha, de fala latina e pretensões mundiais, a civilização do império romano, ainda diluída ao mesmo tempo em que salva pelo que erradamente se chamou a "invasão dos bárbaros", ou seja, a fecundação de culturas em crise por culturas intactas e, por estouvadas, jovens e prontas a aceitar influências como foram as dos celtas e dos árabes; do Renascimento ao Descobrimento, de César ao Infante Dom Henrique" (Carlos Lacerda, "Em vez", 2a edição, Nova Fronteira, 1975, pagina 172) "


EDUCAÇÃO: 1 - Em discurso proferido em 03.11.58 (sobre o projeto de Diretrizes e Bases da Educação n. 22.22/57) ao comentar o depoimento de Anísio Teixeira salienta o grande drama da Educação do Brasil ser dirigido para uma país utópico como se o hinterland da Amazônia tivesse alguma coisa com os pampas sulinos ou com o nordeste e este com as demais regiões do Brasil - 2

EDUCACÃO II - Do relatório secreto do diplomata britânico G. A. Wallinger a H.M. Brain do Foreingn Office de Londres, datado de 11.l1.59. Código FO 371/147883 no Public Record Office (apud Nitro Glicerina Pura de Geneton Moraes Neto, 3a. edição, página 107) - "V. vai reparar que ele (C. Lacerda) solicitou um contato para conseguir informações sobre o sistema das escolas britânicas, com particular ênfase para as escolas primárias. O ponto principal da conversa foi de que não teria uma democracia firme sem uma verdadeira reforma de todo sistema educacional. Parece que o deputado quer começar lá por baixo... Creio que v. encontrará em Lacerda - que fala muito bem o inglês - uma companhia divertida e instrutiva".
EDUCAÇÃO III -” Sustentamos que somente uma Educação primária, suficiente e eficiente, poderá libertar o brasileiro da miséria econômica e da tutela demagógica sob as quais ele é reduzido à condição de pária; sustentamos a necessidade de formar através da Escola três ou quatro gerações que preparem em si mesmas e o País para o evento da automatização industrial, para o advento e a generalização da mecanização agrícola e para as aplicações da eletrônica e da energia atômica, instrumentos atuais com os quais o País poderá dar um salto sobre o grande vácuo aberto no seu caminho de Nação entravada e asfixiada" (Carlos Lacerda, Discurso sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação em novembro de 1.957)

EDUCAÇÃO IV - "No ano 2.000 em vez de ensino e EDUCAÇÃO durante apenas um certo período da vida, a EDUCAÇÃO e o ensino se estenderão ao longo de toda a vida, graças à diminuição das horas de trabalho propriamente dita. Seremos todos estudantes como hoje somente alguns podem (e querem) ser" Carlos Lacerda, "Em vez", 2a edição, Nova Fronteira, 1975, pagina 177

FRENTE AMPLA - "A grande batalha do Brasil é contra a miséria, contra o seu atraso, contra o desperdício de oportunidades, de energias, de recursos e de vida. O nosso ódio, devemos concentrá-lo nisso, se é necessário odiar para isso. O nosso amor, devemos concentrá-lo nisso, e não no culto a este ou àquele herói" ( O que há por de traz da Frente Ampla, "Carlos Lacerda, O Sonhador Pragmático" de Mauro Magalhães, página 330)

FILOSOFIA - "Estou convencido de que um dia o mundo ocidental vai fazer com Descartes o que a China está fazendo com Confúcio. Vai destruir a lógica cartesiana. Porque a única lógica que pode reger uma sociedade é a hegeliana, quer dizer, o mundo dá saltos e as coisas se fazem por teses, antíteses e sínteses. E não por meras armações de silogismo. Descobri essas coisas na minha solidão" ( In Veja de 8.05.74, páginas amarelas n. 4)

IDIOMA: - "Saber o nome de cada coisa, e não chamá-la de coisa, chamá-la exatamente pelo nome, eis o que é saber um idioma" ( Uma Rosa é, é uma rosa,

IMPRENSA- - Pois do jornalista não se exija que construa senão aquilo que lhe é próprio construir: uma opinião pública bem informada, atenta, vigilante, esclarecida" ( A Missão da Imprensa, página 134)
MEMÓRIAS - "Essa preocupação com o presente que o Autor transporta para o passado, séria cômico se a estudássemos de perto. Esse o inconveniente de um gênero de memórias, e nas quais se faz pose.(,,,) Estão ali numerosos acontecimentos de sua juventude, mas a revista é passada a limpo de acordo com os seus sentimentos de hoje. Ou serão sentimentos da época, mas disfarçados sob as cores do presente. Não se sabe onde está o verdadeiro e o falso. O Autor também não sabe" (Saint-Beuve, transcrito e subscrito por Lacerda em Rosas e Pedras de meu Caminho, capítulo III)

MENSAGEM A GARCIA - "Na guerra que tirou cuba do domínio espanhol e reduziu-a à influencia americana, há um exemplo dessa ideologia imperial. Elbent Hubbard escreveu-a com o título de Mensagem a Garcia. O Presidente dos Estados Unidos precisa comunicar com Garcia para juntar forças, vencer o espanhol.. Fremente de obediência cega e dinamismo desenfreado, um certo Rowan recebe a missão. Rowan naco discute, entrega" (Carlos Lacerda, "Em vez", edição Nova Fronteira, de 2973, pagina 211"


MOCIDADE - "Certo sois generosos, mas não há nisto motivo de espanto, pois que outra coisa senão generosa pode ser a mocidade, a quem a vida dá tudo e dela tão pouco ainda tomou?" (Carlos Lacerda, Em vez, 2a edição Nova Fronteira, pagina 241)

MÚSICA: "Há os que buscam na música um refúgio. Também há quem encontre nela uma evasão. Para mim, a música é um reforço. A paz que ela me dá é reintegradora" IN Uma Rosa é uma Rosa, p. 100)

POLÍTICA: O1 - "Quando se chegará ao progresso de se preferir julgar a honestidade das pessoas por outros critérios que não exclusivamente, o de não ligar a dinheiro? Há pessoas que não roubam apenas por falta de imaginação, pois, no mais são de uma desonestidade austera, de um descaramento escrupuloso. “(Rosas e Pedras do meu Caminho, Manchete, de 18.06.77, página 53) 2 - O poder não é cargo de sacrifício. Ao contrário, o Poder, antes de tudo, é uma fonte maravilhosa de alegria" IN "Depoimento", 1a edição Nova Fronteira, 1977, página 63 - 01.1 - "Realmente o poder, o poder exercido com esse senso de servir, é a coisa mais gloriosa que pode haver. Não há nada no mundo que dê a alegria que dá o poder exercido assim. É por isto que eu fico, não é bem revoltado, fico espantado, fico muito mais espantado, quando vejo o sujeito fazer tudo para chegar ao poder e depois, quando chega lá, não sabe o que fazer" ("Depoimento", 1a edição Nova Fronteira, 1977, página 219) - 02. "o PODER bem exercido é extremamente gratificante. ... É talvez um prazer único em seu gênero. É um prazer muito especial. É uma espécie de alegria permanente, mesmo nas horas de indignação. RUSSO: "E o próprio desenvolvimento tecnológico da Rússia obrigará os seus dirigentes a ceder aos impulsos de liberdade que ali começam a surgir." (IN Uma Rosa é uma rosa é uma rosa, pág. 65/66)

IX - LIVROS, TESES, TESTEMUNHOS E DEPOIMENTOS SOBRE SUA Atuação POLÍTICA


ABRAMO, Cláudio "A capacidade de C.L., foi a de ter mobilizado a opinião pública a se voltar contra Vargas, numa crispação nacional que, guardadas as proporções, pode ser comparada à provocada pela campanha das diretas já"(Folha de São Paulo de 24.08.84. página 1O6)

AFONSO ARINOS DE MELLO FRANCO - "as atividades de Lacerda afetaram adversários e correligionários a tal ponto que ninguém poderá se comparar ao que ele foi" (Diário de Bolso seguido de retrato de Noiva, página 16)
Antonio Carlos VILAÇA " O Livro de Antônio", editora José Olímpio de 1974, usando o codinome do biografado Júlio Tavares para evitar a censura.

Antonio Dias REBELLO Filho - " Carlos Lacerda, meu amigo" com prefácio de David Nasser - editora Record de 1980

AUSTREGÉSILO DE ATHAYDE - "Prolixo mas não barroco" (Foster Dulles, página 1980)

BACIU, Stefan - "A rua do Lavradio, 98" - Editora Nova Fronteira 1982

BALDESSARINI, Hugo - "Crônica de uma época (de 1850 ao atentado contra Carlos Lacerda" - CIA. Editora Nacional, 1957

BARBOSA LIMA SOBRINHO - "Castro Alves e Carlos Lacerda não eram homens mas uma convulsão da natureza"

BINGAMAN, Jeff - "The strategy of Political Opposition: An Analyses of the Political Life of C.L." trabalho mimeografado pela Stanford Law School datado de 30.10.60

CARLOS CASTELO BRANCO - "Tão abrangente foi C.L. que ontem deveriam estar hasteadas a meio pau em sua honra todas as bandeiras. As bandeiras da Revolução e a da democracia. As bandeiras da esquerda e da direita" ( Jornal da Tarde de 23.05.77, página 17)

CASTELO BRANCO, Humberto - Dos homens inteligentes que Castelo encontrara na vida, destacava Santiago Dantas para simplificar assuntos complexos, em literatura ou na ciência. "Roberto Campos dotado de cultura humanística e imensa capacidade de executar missões impopulares. Ambos superados por Lacerda sob um aspecto - a capacidade comunicativa de falar e escrever" (Roberto Campos, "A lanterna na popa - Memórias - edição 1.994, página 824, em rodapé)

CAMPOS, Roberto "Lacerda era parte da minha derrota, pois tinha sido um dos principais incentivadores da campanha contra a minha atuação nesse Banco (BNDE), como implementador do Acordo do Roboré sobre a exploração do petróleo boliviano" (Roberto Campos, "A Lanterna na Popa - Memórias", editora Topbooks, página 821)

CELSO FURTADO: "E Goulart estava assumindo riscos demais. E levou o país àquela situação. Goulart, em realidade, agiu apenas como candidato. Ou melhor: o comportamento dele foi ditado pelas reações com o Carlos Lacerda. Pela confrontação dele com o Lacerda. Da última vez em que estive com ele, que foi para conversar a fundo as coisas, eu lhe disse: 'Mas, presidente, o senhor precisa definir sua posição!' Porque ele não sabia. Estava o país diante de uma eleição presidencial, com candidatos definidos, e ele numa situação ambígua, dançando numa corda bamba. - " Eu disse: 'O senhor tem que, pelo menos, definir claramente sua posição de que, se Lacerda for eleito, ele tomará posse. (Ronaldo Costa Couto
CYRO SIQUEIRA - "Lacerda denunciou. Foi dos primeiros. O caráter concentracionário, fascista, do regime comunista - como os acontecimentos internacionais dos dois últimos anos estio comprovando à exaustão" IN Estado de Minas de 06.07.91, Segunda Seção, página 08) - "Lacerda, volto a repetir, um dos políticos mais importantes que este país já produziu" (A. e loc. citados)


CLÁUDIO LACERDA DE PAIVA - "Dez Anos Depois" edição Nova Fronteira de 1987. "Lembro-me que durante um dos períodos mais difíceis de sua vida - a crise de agosto de 54 - teve um gesto de grandeza que, provavelmente, os inimigos não teriam para com ele. A Tribuna de Imprensa, jornal que dirigia, procurava ansiosamente uma fotografia de um membro da guarda pessoal de Vargas chamado "Valente", o capanga de luxo. A fotografia foi conseguida mas, ao lado dele, aparecia dona Darcy Vargas. Sem qualquer gesto grandiloqüente, sem a presença de ninguém (só a família estava com ele naquele momento), pegou uma tesoura e cortou a foto pelo meio: "esta senhora já sofreu demais e não merece isto" (In Estado de S. Paulo 23.05.77, página 15)
"Lembro-me de que dias depois da revolução, quando os mais exaltados queriam fazer uma caça às bruxas, ele não permitiu a demissão sumária de seu adversário nas eleições para o governo, Sérgio Magalhães, então funcionário estadual, depois de cassado pelo AI-1. Ele aposentou Sérgio com todos os proventos." (local citado acima)
"C.L. saiu do Palácio para soltar seu grande inimigo Eloy Dutra, preso pelo DOPS, é fato conhecido. Mas o espanto da Mãe de Eloy, quando os dois chegaram juntos e ao oferecimento de eterna lealdade uma simples resposta: "não estou cobrando isso, fiz apenas justiça".
"Ele se encabulava se alguém pudesse pensar que ele estivesse fazendo algum favor. Ele tinha horror de provocar nos outros um sentimento de gratidão, que achava falso e irreal" (Cláudio Lacerda in ESP 23.5.77, página 15 )

DARIO DE ALMEIDA MAGALHÃES - Lacerda "foi o adversário político mais temido e implacável conhecido neste país, pelo menos nos últimos 50 anos" (Depoimento a Lourenço Dantas em "História Vivida", vol. 2, página 221). E mais: "O Carlos Lacerda, - ninguém mais conhecido do que ele - era uma natureza vulcânica, um passional, com as marcas e os estigmas do temperamental, que o tornavam, sobretudo instável. Não seria capaz de amor duradouro, mas também não era capaz de ódio. Agia por impulso e arrebatamento. Tinha um talento excepcionalmente poderoso, uma espantosa força vital. Reunia todas as qualidades para a liderança política de grande envergadura, mas, como lhe disse ais de uma vez, faltavam-lhe paciência e astúcia. E essa deficiência explica, a meu ver, os malogros e decepções que teve a hora de colher os frutos dos seus espetaculares feitos e dramáticas saídas, no campo político especialmente na hora culminante, na fase que se abriu em 1964 - graças, antes de tudo, à coragem, à sua bravura, à sua resistência quase heróica. Não teve paciência e nem astúcia. Ficou-lhe a justa fama de "tombeur des Presidents"; ele fez, sem dúvida, uma caçada real, em poucos anos - Getúlio, Jânio, João Goulart e, de alguma forma, Café Filho (este como resultado preterintencional). Só lhe escapou Juscelino, que se soube defender de maneira vigilante, e entrincheirou a sua autoridade no sistema legal, que lhe garantiu a legitimidade do poder, atravessando as crises que enfrentou, sem perder popularidade e o acatamento dos órgãos institucionais. Justa e privilegiada fama que consagrou Carlos Lacerda como o mais temível e implacável adversário político que o país conheceu, pelo menos nos últimos 50 anos. E esta fama lhe devia tocar a vaidade, porque a sua arma de guerra era apenas a palavra, em que se transfundia o seu talento - palavra cálida, ardente, tempestuosa, fulgurante, incansável, arrasadora, que cortava os ares como rajada de fogo. Na Guanabara, graças sobretudo à equipe de alto nível que convocou para a administração, demolidor foi um extraordinário construtor, sem perder a sua marca revolucionária, inovando métodos e mentalidade. Mas, frequentemente, não escondia o seu tédio ao poder, a que mais de uma vez quis renunciar. E a última foi exatamente quando a revolução de 64 se tornou vitoriosa. A sua verdadeira vocação, escravizada ao seu temperamento indomável, estaria o campo em que se sentisse mais liberto da rotina, das limitações e do constrangimento que o poder impõe Era ele, sem face da multidão, que sabia eletrizar. Era uma ave de assas possantes, para lançar-se nos ares largos, varridos por temporais. Se tivesse verdadeira vocação para o poder, não jogaria pela janela, quando estava perto d sua mão, para colhê-lo. Quem não se lembra da surpreendente viagem ao exterior, logo nos primeiros dias investidura no governo, do movimento, do qual ele era o arauto e a figura dominante"


DULLEX, John W. Foster - "CARLOS LACERDA - A Vida de um Lutador" Título no original "Carlos Lacerda, Brazilian Crusader" Tradução de Vanda Mena Barreto de Andrade 1º volume de 194/1964 -512 páginas - Edição Nova Fronteira 1992

ENIO DA SILVEIRA - "Por suas qualidades - e apesar dos seus defeitos, a verdade é que Carlos Lacerda esteve anos luz a frente dos homens públicos brasileiros que, hoje, ainda parecem estar tolhidos pela pequenez de seus sonhos e a limitação

F. BUENO, L. M. DE SOUSA E GUIMARÃES PADILHA: "Ideologia e populismo: Esse incrível Lacerda" Edição Iniciativa s/d
(Fernando Portela Bueno (F. Bueno), repórter fotográfico do Jornal da Tarde no Rio é que idealizou o livro "Esse incrível Lacerda". 133 páginas e 160 fotos)

FARAHT, Emil "O escritor Emil Faraht citando os artigos sobre o São Francisco, observou que C.L. foi um pioneiro da reportagem objetiva no Brasil" (apud Foster Dulles - 197)

FURTADO, Celso - "Só se explica aquilo se se tem em conta que ele queria interromper o processo democrático pra evitar que Lacerda chegasse ao governo. Percebendo que Lacerda tinha muita chance de ganhar a eleição, ele preferia interromper o processo democrático. E repetir Itu, repetir Vargas em 1945" (Depoimento de Celso Furtado a Ronaldo Costa Couto, transcrito no livro desta História Indiscreta da abertura - Brasil - 1945 - 1985", página 45)

GILBERTO AMADO - 'É encantador... nos raros momentos de repouso da ambição" Roberto Campos, "A Lanterna na Popa - Memórias", editora Topbooks, página 817)

GILBERTO FREIRE - " one of the greatest modern writers of the Portuguese language" (apud Foster Dulles, segundo volume, página 572)
GLAUCIO ARY DILLON SOARES - "As bases ideológica do Lacerdismo" IN Revista da Civilização Brasileira n. 04 (setembro 65) páginas 49/70

GRITA GRIS DEBERT:" A. de Barros, C. Lacerda, M. Arrais, Brizola" (1979)

FOSTER DULLES Jr, John - " Unable to accept a reality that was not in accord with his wishes, he demanded that Gabriel take the case to court" (Carlos Lacerda, A Brazilian Cruzader, vol. II, página 574)

JOSÉ HONÓRIO RODRIGUES:- "Ninguém sozinho influiu tanto no processo histórico brasileiro como Carlos Lacerda de 1945 a 1968" In Introdução aos Discursos Parlamentares de Carlos Lacerda, Edição Nova Fronteira de 1.982, página 26."

JOÃO CONDÉ (IN Fatos e Fotos, n. 824 de 06.06.77, página 28): "Creio ter sido o amigo mais fiel e íntimo de Carlos Lacerda. Ao seu lado viajei pelo Brasil e pelo Mundo, tanto nos momentos felizes como nos mais difíceis. Tornei-me seu amigo porque o admirava. Desde a época de escola. Carlos sobressaía mais do que os outros companheiros. Eu via nele aquilo que não fui - o grande jornalista e escritor. Política não. Jamais me interessei.... "Nunca vi ninguém tão inteligente em toda a minha vida. Não compreendo como um homem deste ficou alijado do país. Carlos Lacerda era uma pessoa profundamente bem educada. Em todos esses anos de amizade, jamais o ouvi falar mal de alguém.”

JUAREZ TÁVORA - "A conduta do estagiário C.L. dentro da ESG, ou fora dela, em relação aos fatos da vida escolar, tem sido até agora exemplar" Carta confidencial de Juarez Távora ao Gel. Zenóbio da Costa em 31.05.54

LUIZ CARLOS LISBOA - “Toda a sua atividade intelectual - e não menos a política - tem o sentido de uma busca”. C.L. não borboleteava de um assunto a outro, levado pela inconstância, como quiseram alguns críticos seus. Ele descobriu cedo, isso sim, que era preciso retirar aqui e ali a essência do conhecimento para formar então uma bagagem com a qual empreender novas viagens. Em artigo assinado há um ano no Estado de S. Paulo, sob a assinatura de Júlio Tavares, dizia que o "pior inimigo é aquele que por terror intelectual nega um direito ainda mais importante: o direito de procurar a verdade e, tendo-a, encontrado, não permitir que ela se transforme numa mentira" (In ESP, 23.05.77, página 15)

MARIA ALAYDE ALBITE ULRICH - "Carlos Lacerda e a UDN" (1955-1965) - Dissertação de Mestrado da PUC do Rio Grande do Sul - alentado volume de 533 editado em 1984 Esta tese analisa a ação parlamentar e governamental de C.L., com a seguinte epígrafe da própria autora: "Deste estudo resulta uma avaliação positiva de C.L., o que contraria as conclusões dos até aqui mais considerados trabalhos sobre o tema"

MÁRIO DE ANDRADE : “Mário de Andrade o considerava o maior escritor de sua geração”. E lhe pedia em carta de 1943 que contivesse o seu brilho, a tendência que havia e há nele para brilhar fácil. Supere o brilho fácil,o ruibarbosismo. Mário lamentava um tanto o sacrifício do escritor à política" (Do Livro de Antonio, Vilaça, página 43)

MARIA FERNANDA " Em Carlos, Maria Fernanda enxergava um sonhador maravilhoso, que abria as vistas paras belezas da vida. Enxergava um homem dotado de qualidades encantadoras e de uma imaginação rica, cujo interesse inteligente por tudo, especialmente em matéria de cultura, lhe dava a dimensões de um Victor Hugo. Ela via nele um gênio, uma criatura mortal abençoada pelas graças divinas de Zeus" (Dulles, página 209/210)

MARTINS, Luiz - "um fora da lei praticamente, uma espécie de anjo e demônio ao mesmo tempo, o eloqüente tribuno, a metralhadora giratória, o temível panfletista, um incendiário que, nas relações particulares era calmo, inteligente, delicado e com diálogo afetuoso" (J. Foster Dulles, segundo volume, página 565)
PAULO PINHEIRO CHAGAS "C.L. foi o maior tribuno que passou pela Câmara dos Deputados. Na minha opinião ninguém o excedeu desde o Império... Era desses oradores que empolgam e dominam o auditório com sua eloqüência feita de cultura, tomada pela chispa faiscante da beleza e da coragem. Falava como a espontaneidade da água corrente e, como esta, não raro transbordava em turbilhões, ao jeito das catadupas" IN Esse Velho Vento da Aventura" página 300

PEDRO PAULO VIDIGAL, padre - "Juscelino, a UDN e Carlos Lacerda" (1956)

REINALDO LOBO; "A esquerda brasileira jamais perdoou Carlos Lacerda por tê-la deixado órfã e desamparada. E talvez nunca perdoe... Sua grande intuição foi ter percebido, segundo admitem historiadores sérios que fizeram o levantamento dos últimos quarenta anos, o caráter suicida do populismo - o que seria confirmado por sinal com a própria morte trágica de Getúlio e, também, com o suicídio político de Jânio Quadros" IN Jornal da Tarde de 23.5.77, página 16)

Opiniões sobre C. Lacerda
ROMEIRO NETO "O Autor deste livro dispensa qualquer apresentação. É ele o orado de pompas asiáticas como foi Hostensius; jornalista e escritor vigoroso, que todo o Brasil admira. Sim. Todo o Brasil, porque mesmo aqueles que não o aplaudem, também o admiram. E, não o aplaudem porque dele divergem politicamente... Carlos Lacerda, pois é o autor deste livro. Nada mais ser acrescentado para recomendá-lo" (Prefácio ao Paixão e Crime, editado em 1965)
1
STEFAN BACIU -" Lavradio, 98. História de Um Jornal de Oposição: a Tribuna da Imprensa ao tempo de Carlos Lacerda". Rio de Janeiro, ed. Nova Fronteira, 1982

TEREZINHA SARAIVA: - (Discurso pronunciado em 29.03.78) ao inaugurar a Escola Carlos Lacerda): "Muitas das teses que hoje defendemos foram enunciadas, antes, por Carlos Lacerda. Ele deu à educação, todo o tempo, o tratamento prioritário que ela deve ter. A educação foi uma constante na sua vida. Quem o conheceu, sabe; quem o ouviu, lembra; quem o leu, não esquece; quem o ler, saberá que a educação, para Carlos Lacerda, era o mágico instrumento para a conquista dos ideais democráticos de um governo" - Este discurso foi transcrito na íntegra no livro de Mauro Magalhães - "Carlos Lacerda - Um sonhador Pragmático, página 107 e seguintes)

THALES RAMALHO - "Ele foi um dos homens mais bem dotado que conheci, jornalista, parlamentar, homem de Estado, editor e empresário - tudo isto ele foi com excepcional competência e paixão. Podia dissertar horas sobre qualquer assunto, tão grande era a sua informação no campo do conhecimento humano. Certa vez, Lacerda me revelou que poderia morrer em paz com a sua consciência, depois que se ligara política e afetivamente ao Presidente Kubitschek e proclamara publicamente o quanto tinha sido injusto para com o grande brasileiro" (Manchete 77)
TRIGUEIROS - De Luiz Forjaz Trigueiros (IN FATOS e FOTOS, n. 824 de 06.06.77, página 27):"Aquela tarde de julho de 74 em que me entrou em casa, em Lisboa, quando o julgávamos no Brasil, e com um ar meio tímido que os íntimos lhe conheciam bem e de que os estranhos afinal não suspeitariam, me disse ao que ia. Soubera por esse amigo admirável José Condé dos problemas materiais que a revolução me trouxera e sobre os quais eu nada lhe dissera. Pois bem, sua editora precisava urgentemente - e sublinhava a urgência - de duas antologias muito importantes e que era a pessoa indicada, segundo ele para escrever..... "Fez questão de pagar adiantadamente os direitos autorais.... E querendo sair depressa, como quem não deseja prolongar uma conversa difícil... Já me ia esquecendo: atem aqui dois bilhetes de avio. Podem partir quando quiserem. Abraçamo-nos os três, e pela primeira vez, desde o principio de tempos tão difíceis, tão tristes, de tanta revolta e preocupação, eu e minha mulher, choramos" (Fatos e Fotos, página 27)


X - FATOS MEMORÁVEIS

1.914 - Nasceu em 30.04 em Laranjeiras mas foi registrado em Vassouras (Mundo Ilustrado de 1953). Neto de Sebastião Lacerda e de Joaquim Caminhoá

1930 - Em seu livro, O Salão dos Passos Perdidos, Evandro Lins e Silva, destacam um capítulo sobre Carlos Lacerda - "Carlos Lacerda, que entrou na Faculdade naquela ocasião, já era meu amigo, porque trabalhávamos juntos no Diário de Notícias. Era redator da página de educação. Muito moço, devia ter uns 16 anos, trabalhava com Cecília Meireles e Nóbrega da Cunha... O Clube da Reforma tinha um regime parlamentar. Tínhamos a maioria e o Carlos era o nosso líder. Falava muito bem. (Evandro Lins e Silva, O Salão dos Passos Perdidos - Depoimento ao CPDOC, edição Nova Fronteira de 1997, página 66)

1934 - Trabalhava no Jornal do Povo. Fechado o Jornal, "homiziou-se em Uberlândia na casa do primo Hugo Melo Matos de Castro, engenheiro da Mogiana (Manchete de 18.06.77)
1935 - Editado "O Quilombo de Manuel Congo" com pseudônimo de Marcos e com uma dedicatória ao Rio Paraíba, poesia pura. Reeditado pela Nova Fronteira em 1988.

1936 - até 38 colaborou na Revista Acadêmica com vários pseudônimos (O Mundo Ilustrado n. 38 de 11.08.53).
1938 - Casou-se em Valença com Letícia. Começou a colaborar em Diretrizes sob a direção de Samuel Wainer (Idem, ibidem)

1935 - Reeditado O Quilombo de Manuel Congo, como de autoria de Carlos Lacerda. A primeira de 1935 saiu publicada com o pseudônimo MARCOS uma dedicatória poesia pura (cf. 1998, reedição pela Nova Fronteira)

1939 - (*)
1940
1941
1942
1943
1944
1945 - Extrai a entrevista de José Américo de Almeida, publicada no dia 22/02/45 no Correio da Manhã. Abre campanha contra Iedo Fiúza pelo Diário Carioca
1946 Coluna Tribuna da Imprensa no Correio da Manhã

1948 - Converte-se ao catolicismo
1949 - Lança a Tribuna da Imprensa. Tiragem grande: 15.000 exemplares
1950
1951
1952
1953 - CPI Ultima hora. Em 21.08.53 foi fundado o Clube da Lanterna por Fidelis Amaral Neto, tendo por Presidente de Honra Carlos Lacerda. “Este em se depoimento comete um equivoco (pagina 59) ao afirmar que o Clube foi fundado a sua revelia, ““ quando estava no exílio”. Este começou em 1955 e terminou em 1956

1954 - Atentado da Rua Toneleros em 05.08.93 com a morte do Major Rubens Vaz, ferimento em Lacerda e prisão da gang que cercava Getúlio e que a memória nacional quer apagar. O que de fato ocorreu está no livro de Mauro Magalhães, Carlos "Lacerda - O sonhador pragmático", páginas 149 e seguintes. Mandante oficial Gregório que recebeu dinheiro por intermédio de Archimedes Manhães procurador do industrial Matsubara. Tal aconteceria mais tarde no caso de Collor foi um simples guarda municipal, Sávio Romero, que estando de plantão para proteger a casa do Chefe da Guarda que morava perto, correu ao local e deu voz de prisão a Climério e Alcino e recebeu um tiro. Ferido tomou duas providências fundamentais: anotou o número da placa e deu um tiro no carro, mais tarde identificado. Táxi 3-60=21.

Suicídio de Getúlio. Deputado eleito com o maior número de votos (159.707) num eleitorado de . Projetos apresentados nesse mandato: reforma eleitoral, extinção das ações ao portador, abertura informações imposto de renda, declaração obrigatória de bens dos administradores de empresas estatais e um novo código trabalhista acabando com o controle dos sindicatos e com o imposto sindical, participação dos empregados nos lucros das empresas mas principalmente alteração da lei eleitoral para evitar a fraude e manipulação dos eleitores desavisados' (Dulles, fls. 212)

1955 - Exílio nos Estados Unidos pelo golpe Lott-Denys em 11 de novembro. Refugiou-se com integrantes do Governo Carlos Luz, derrubado pelo Golpe. Impedido de assumir o Vice Presidente Café Filho a Presidência pelo Exercito de Lott e sem garantia de vida, refugiou-se na Embaixada de Cuba. O golpe contra o Governo Café Filho ocorreu em 21.XI.55 e a sua ida para a Embaixada ocorreu depois da decretação do Estado de Sitio em 25.11.55.
21.08.53 - Nessa data, foi fundado o Clube da Lanterna por Fidelis Amaral Neto, tendo por presidente de honra Carlos Lacerda. Este, em seu depoimento comete um equívoco (página 59) ao afirmar que o Clube foi fundado a sua revelia, "quando estava no exílio". Este começou em 1955 e terminou em 1956. O Clube é de 1953.

1956 - Em 17.02.56 escreve a Fernando Cícero Veloso de seu exílio exprobrando os desvios da UDN com os seus líderes amaciados por Juscelino, lamentando a postura de seu Partido "que não se entrega." "Voltarei do exílio se quando for possível reunir conosco", etc. Em 15.07 estava em Lisboa "vivendo com dificuldades que só eu sei"
1957 - Carlos Lacerda leu da tribuna da Câmara em 07.03.57 um telegrama secreto que provocou o processo mal sucedido da cassação do seu mandato de deputado Federal (Cf. Evandro Lins e Silva, "Salão dos Passos Perdidos - edição Nova Fronteira de 1997)
1958
1959
1960 Eleito Governador do Estado da Guanabara. Tomou posse em 05.12.60.
1961
1962 Desapropriou a Companhia Telefônica Brasileira do Rio de Janeiro de propriedade dos canadenses, merecendo o seguinte comentário de R. Campos: "Assim, o esquerdista Goulart, através de Tancredo Neves, defenderia uma empresa capitalista da atitude confiscatória de um direitista, Lacerda" (Roberto Campos, "A lanterna na popa - Memórias - edição 1.994, página 823)

1.963 "No final de setembro C. L. concedeu uma entrevista ao Jornal americano Los Angeles Times, prevendo a queda iminente de João Goulart, devido a uma reação militar em marcha. Em 4 de Outubro o Governo de Goulart pediu o Estado de Sitio, retirado 4 dias depois"(Cf. Evandro Lins e Silva, "Salão dos Passos Perdidos - edição Nova Fronteira de 1997). Sofreu em 4.10 a tentativa de seqüestro preparada por grupo de pára-quedistas denunciado e abortado pelo Coronel Boaventura Cavalcanti

1964 - Sitiado no Palácio Guanabara. Em 18/03 dirige carta a Juscelino Kubitschek e aos governadores para se juntarem em defesa das instituições democráticas (Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro de 30 a 83, página 1.727)(***) Em 07.07.64 dirige carta ao Presidente da UDN, Bilac Pinto, solicitando a convocação de uma convenção para ratificar a sua indicação como candidato a Presidente da Republica Em 10.07.64 reassume o Governo da Guanabara depois de ter tirado licença para viajar. Em 15.07.64 concede entrevista a TV Itacolomy de Belo Horizonte criticando a política economia do Governo Federal. Em 22.07.64 - Carta a Bilac reafirmando o seu pedido, acrescentando: "Mas o que importa é o fato de estar a UDN sendo levada a tomar uma posição que significa um passo para o desconhecido. Na verdade se se tratasse de preservar uma obra revolucionaria, o que se deveria fazer era encurtar e não prorrogar o mandato" do Presidente Castelo Branco.

(*** )
Final do manifesto de 18.03.64
"Não discuto agora, diferenças de orientação e divergências quanto a soluções, no quadro da democracia. O que me importa é a união de todos os interessados na defesa da liberdade, inclusive da liberdade de divergir. Se julgar que não sou digno de formular esse apelo, ignore a origem e atenda ao que ele contém: um chamado à consciência de cada democrata, um supremo esforço para que defendamos a Pátria traída e a pátria ameaçada. Honro-me de receber a sua resposta. Mas, se por qualquer motivo não me for dada essa honra, seja ao menos endereçada diretamente ao povo uma palavra de conforto moral, de coragem cívica, neste momento decisivo. Deus o inspire e lhe dê forças para ajudar a salvação do povo, entregue aos seus piores inimigos, os que usam a liberdade para esmagá-la, os que falam de democracia para renegá-la nos atos, os que assaltam o Brasil e lhe tomam tudo, até o futuro"

1965 - Em 17.05.65 dirige carta criticando a política econômica do governo dito revolucionário. Em 18.05.65 repete as criticas pela TV e em 25.05, recebe resposta do governo pela palavra de Roberto Campos através da Televisão. Desde junho se sentiu excluído do movimento revolucionário pela prorrogação do mandato do Castelo Branco e fim da UDN e começo efetivo da ditadura militar. Em julho dois udenistas, Afonso Arinos e João Agripino apresentaram emenda constitucional para prorrogar o mandato de Castelo Branco, tendo C. Lacerda enviado cartas proféticas ao Presidente do Partido, Bilac Pinto em 16 e 21 de junho em que disse: “V.. está presidindo a liquidação da UDN e isto não é tão grave. Gravíssimo é que vocês estão liquidando o que existia de democracia no Brasil, ao colaborar para a prorrogação do mandato" (Dicionário, página 1727)
Desbaratada a quadrilha que planejava dinamitar o "Trem da Esperança, onde seguiria a caravana do Governador Carlos Lacerda . Da Coleta de dados do Instituto Ipês transcrito no apêndice do livro 1.964: (A Conquista do Estado de René Armand Dreiffuss, edição Petrópolis, 1981)
1966 ou 1968 - A Frente Ampla é proposta publicamente por Lacerda em setembro de 1966 antes da posse de Costa e Silva e lançada oficialmente no dia 28.10.66 por manifesto publicado em vários jornais e assinado apenas por Carlos Lacerda. Em 19.11.66 saiu a Nota de Lisboa assinada por ele e Juscelino. Em Dezembro de 1967 houve a primeira grande manifestação publica de operários no ABC paulista. Ato Institucional n. 02. Em 04.07.66 resolve
suspender momentaneamente sua colaboração aos jornais. Em 06.09.66 escreve o artigo "De volta ás armas" no Jornal da Tarde, quando escreve "" Carta a um amigo fardado" publicados no Jornal da Tarde, Tribuna da Imprensa, Diário de Minas, Jornal da Tarde de Curitiba e em O Estado de São Paulo.

1967 - Em 22.09.67 assina manifesto com Jango sem a assinatura de Juscelino, confirmando a tríplice aliança da Frente Ampla, tendo deixado com filha uma carta para fosse usada caso lhe acontecesse alguma coisa que o impedisse de falar. Em 26.09.67 a Folha de São dá em manchete: "Lacerda vai a Jango e faz pacto político"
1968 - Publicada carta propondo a Frente Ampla em 05.04.68

1969 - Cassado inicia a publicação de reportagem com o pseudônimo de Júlio Tavares sobre a África no O Estado de São Paulo e Jornal da Tarde

1977 - Falecimento de Lacerda em 21.05.77, sábado. "O Estado de São Paulo", em nota assinada por Ayrton Bonfá na edição de segunda feira seguinte, observou: "13 meses antes o seu irmão Maurício fora internado morrera no dia do casamento da filha de Carlos, Maria Cristina. Carlos Lacerda morreu no dia de aniversário da filha,, 21 de Maio, sábado"
"O mal do Carlos é que ele punha a sua extraordinária inteligência em favor de muitas burrices" ( do seu irmão médico, falecido um ano depois dele (ou antes))

1977 - "completadas rigorosamente 48 horas após a sua morte, numa sexta-feira, 21 de maio, fomos obrigados, para proteger a pouca herança que ficou com minha mãe, a vender pelo valor simbólico de um cruzeiro, 8 empresas financeiras e um Banco, na mesma república da Coroa-Brastel e do London Multiplic" (Depoimento de Sérgio Lacerda em 23.05.77 )

1979 - Entrevista de Cristina Lacerda sobre a Biblioteca deixada por seu Pai em 03.03.79

1985 - Jornal da Tarde dá notícia da concessão post mortem da "Ordem do Congresso Nacional" a Carlos Lacerda em 25/05/1985

1986 - Jornal do Brasil publica carta de Cristina, lembrando a necessidade de "que interpretações históricas não tenham uma só leitura, condição mínima para se bem pensar o presente e o futuro" em 26/10/1986.

1999 - Ronaldo Costa Couto, em sua "História indiscreta da ditadura e da abertura - Brasil 1964-1985", página 50 e 51 transcreve depoimento de Celso Furtado em que destaca a preocupação do Presidente João Goulart com a ascensão política de Lacerda: "Ou melhor: o comportamento dele (Jango) foi ditado pelas relações com o Carlos Lacerda. Pela confrontação dele com o Lacerda. Da última vez em estive com ele, que foi para conversar a fundo as coisas, eu lhe disse: " Mas, Presidente, o senhor precisa definir sua posição !”Porque ele não sabia. Estava o país diante de uma eleição presidencial, com candidatos definidos, e ele numa situação ambígua, dançando numa corda bamba. Eu disse: “O senhor tem que, pelo menos, definir claramente sua posição de que, se Lacerda for eleito, ele tomará posse”. Será o presidente do Brasil se for eleito". Ah! Ele ficou ! Toquei no ponto sensível. Ele olhou para mim: "Celso, esse é o assassino do doutor Getúlio. Esse não". Portanto, o jogo dele era para evitar a eleição de Lacerda. Não estava pensando no Brasil não. Não tinha projeto, uma candidatura para sucessão. Ele só tinha um problema: era botar terra nos olhos de Lacerda. “Quer dizer, dificultar para o Lacerda” - Depoimento tomado em 1º/02/95

X - RELAÇÃO DAS OBRAS PUBLICADAS EM VIDA DO AUTOR E AS REEDITADAS APÓS A SUA MORTE EM 1977

- Carta Fechada a Humberto de Campos

-"Reforma Agrária" (plaqueta) s/d

- "Quaresma do Brasil" s/d

- "O Quilombo de Manuel Congo (novela)," Primeira edição provavelmente de 1935, reeditado pela Lacerda Editora em 1998.

- "Caminhos da Liberdade" defesa de mandato com o parecer de Milton Campos. Edição Tribuna da Imprensa s/d

- "Educação e Latifúndio" (tese) editada em 1933 como referido na contra capa de "Xanan e outras Histórias"

- "A exposição anticomunista" In Observador Econômico Financeiro" , n. 36, janeiro de 1939

- "Uma luz pequenina", contos, edição Revista Acadêmica 1939 ( fora do comércio).

- "Amapá'" - peça editada em 1945

- "A Bailarina Solta no Mundo" peca editada em 1945

- "O rato Fiúza". Campanha eleitoral do Brigadeiro, provavelmente editada em 1945

- "Como foi perdida a Paz" - editora Ipê, 1946

- "O Brasil e o Mundo Árabe" - estudos de 1948

- "A Missão da Imprensa" Editora Agir 1950

- "O Brasil e o Mundo Árabe" - estudo sobre a criação do Estado de Israel e a partilha da Palestina. Edição que se disse patrocinada pela Liga Árabe

- "Missão da Imprensa" - Editora Agir/1950 - Com uma explicação de ter sido fruto de uma conferência na ABI a convite da Resistência Democrática em 1949 e dedicado o livro a Carlos Alberto da Nóbrega "que me iniciou na profissão e Luiz Camilo de Oliveira Neto que, como se há de ver adiante, libertou a imprensa brasileira"
- "Visão da Seca no Nordeste" - edição Tribuna da Imprensa, 1951

- "Linha de Yenan e as Forças Armadas" - Edição Tribuna da Imprensa, 1957

- "Educação e Latifúndio" (tese) (referido na contra capa de Xanan, edição de 1959)

- "O Poder das Idéias", edição Record 1962

- "O Rio São Francisco - Desafio e Promessa", editora Record, 1965

- "Paixão e Crime", editora Nova Fronteira, 2a de 1965

" "Palavras e Ação"

- "A Casa de Meu Avô", edição Nova Fronteira, 4a ed. de 1976

- "Rosas e Pedras do Meu Caminho" em fascículos publicados na Manchete, revista em 1967 e republicados em 1977 após a sua morte.
O Cão Negro (1971)

"Uma Rosa é uma rosa é uma rosa" (crônicas e entrevistas)

"Depoimento" - editora Nova Fronteira

XI - BIBLIOGRAFIA

"Carlos Lacerda e a UDN - 1955 a 1965" por Maria Alayde Albite Ulrich - edição fora do mercado da PUC do Rio Grande do Sul

"Carlos Lacerda - Uma vida de lutas" de J. Foster Dulles Jr., em dois volumes. O primeiro publicado Editora Nova Fronteira; o segundo, com tradução prometida para o segundo semestre de 1999 do original"Carlos Lacerda - A Brazilian Cruzader", 2º volume - editado em Austin, USA em 1996


"Carlos Lacerda - 10 Anos Depois" por Cláudio Lacerda de Paiva, editora Nova Fronteira 1987

"Lavradio 98 - História de um jornal de oposição: a Tribuna da Imprensa" , por Stefan Baciu, editora Nova Fronteira 1982

"Carlos Lacerda - O Sonhador Pragmático" por Mauro Magalhães, Civilização Brasileira, 1993

"Carlos Lacerda - Meu Amigo" por Antônio Dias Rebello Filho e prefácio de David Nasser, edição Record 1980

XII - DOCUMENTOS DISPONÍVEIS

1. Íntegra do Discurso proferido por C. Lacerda no encerramento da 14a Convenção Nacional da UDN, em Curitiba no dia 28.04.63 (Mauro Magalhães, In "Carlos Lacerda - O Sonhador Pragmático", página 57, editora Civilização Brasileira de 1998). C.L. teve surpreendente vitória de 309 votos em 318.

2. Rebelião dos Presos Mauro Magalhães, In "Carlos Lacerda - O Sonhador Pragmático", página 31, editora Civilização Brasileira de 1998)

3. Entrevista de Lacerda em 17.03.64, reiterando o apelo a Juscelino Kubistchek para união dos candidatos à Presidência da República em defesa do regime democrático (Mauro Magalhães, In "Carlos Lacerda - O Sonhador Pragmático", página 197, editora Civilização Brasileira de 1998)

4. Cartas de Lacerda aos Governadores em 64 denunciando a iminência do golpe pelo início da guerra revolucionaria posta em marcha por Goulart (Mauro Magalhães, In "Carlos Lacerda - O Sonhador Pragmático", página 201, editora Civilização Brasileira de 1998)

5. Carta de Carlos Lacerda a M. F. Nascimento Brito, diretor do Jornal do Brasil em 19.08.66, desmentindo notícia veiculada: "Não me permiti dar conselhos ao líder da atual Oposição. Até porque não estou interessado na eleição de outro general, manifesta e assustadoramente despreparado para ocupar a vaga - se vaga houver - do usurpador da Revolução. O Sr. Costa e Silva, que chega sem dizer ao que vem. Pode chegar, pois a todos o que importa é que o Sr. Castello saia. Mas depois? Que será do Brasil se o Sr. Costa e Silva só puder organizar um governo medíocre? Depois dá o que, coice? (Mauro Magalhães, In "Carlos Lacerda - O Sonhador Pragmático", página 251, editora Civilização Brasileira de 1998)

6 - Manifesto da Frente Ampla publicado na íntegra por Mauro Magalhães, "Carlos Lacerda - O Sonhador Pragmático", página 271)

7. Íntegra da Reportagem que Carlos Lacerda fez para o Observador Econômico, n. 36 de janeiro de 1939 sob o título "A exposição anti-comunista" (Anexo ao "Depoimento", edição Nova Fronteira páginas 413 e seguintes.)

7 - Relatório da Comissão Militar de Inquérito (República do Galeão) sobre o atentado a Carlos Lacerda e o envolvimento da guarda pessoal de Getúlio (Anexo ao "Depoimento", Nova Fronteira, páginas 442 e seguintes)

8 - Carta de 20.12.68 dirigida à mulher e aos filhos justificando a greve de fome contra a sua prisão arbitrária" (Anexo ao "Depoimento", página 454)

9 - Cópia do depoimento feito por Carlos Lacerda aos Agentes do DOPS a dois Coronéis do S. N. I. no dia 19.12.68 (Anexo ao Depoimento da Editora Nova Fronteira, página 456 e seguintes)

10 --Longa carta de Lacerda datada de 06.09.1965 rebatendo críticas às suas críticas, quando em certa altura diz: ""Nada há mais perigoso do que uma política conduzida por assessores através do homem de Estado que se convertem em meros executores, e, portanto, deixam de ser estadista para serem porta-vozes dos seus assessores" (Carta de Carlos Lacerda transcrita na íntegra por Cláudio Lacerda de Paiva em "Carlos Lacerda - 10 anos depois", edição Nova Fronteira 1987, página 162)

11 - Depoimento de Aécio Neves a Ronaldo Costa Couto, em 10.03.95 e 26.03.97, transcrito na "História Indiscreta da Ditadura e da Abertura", ed./Record de 1999, página 425: "Então eu lhe perguntei (ao avô Tancredo Neves) porque estava preocupado? E ele respondeu: "O Carlos Lacerda foi morto num hospital"

EMPRESAS DO GRUPO LACERDA:
a) EASE - Empresa de Administração, Serviços e Empreendimentos EASE (holding), controlador de 15 empresas: 1) Grupo Novo Rio, 2) Imobiliária Nova York, 3) Novo Rio Crédito e Investimento S.A. (ata de 04.11.75, 4) Grande Rio Crédito Imobiliário. 5) Banco Novo Rio de Investimento Imobiliário, 6) Novo Rio Crédito, Financiamento e Investimento
b) Datamec - que chegou a ser considerada a maior processadora de dados da América Latina
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