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ACL - FUNDO DE ARQUIVO CARLOS LACERDA
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/ "Luta Pela Liberdade das Américas |
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Este esboço de roteiro para um programa radiofônico foi preparado por Carlos Lacerda quando ele se encontrava exilado voluntariamente em São Paulo. No livro "Minhas Cartas e dos Outros" (páginas 117 e seguintes do primeiro volume, edição UnB-Fundamar, 2005) há uma narração das peripécias que ele teve que enfrentar e a multiplicidade de atividade que teve que exercer na capital paulista. Para ganhar a vida mostrou a sua grande versatilidade. Alijado de seu habitat de escritor e jornalista no Rio de Janeiro, expandiu sua imaginação e foi trabalhar em outras áreas. Não lhe sendo permitida a imprensa nos tempos duros da ditadura getulista tentou o rádio preparando programas culturais e até apresentando-os. Há notícias do sucesso do “Sitio do Pica Pau Amarelo” de Monteiro Lobato quando teve a ajuda e a participação Edgard Cavalheiro, tanto na preparação quanto na locução. A maioria dos programas de Carlos Lacerda teve a colaboração dedicada de seu amigo e hospedeiro Paulo Mendes de Almeida. Um deles com registro de boa aceitação foi a leitura “Obras Clássicas da Literatura Universal”. O rol das obras apresentadas pela Radio Gazeta que lhe abriu o microfone é enorme: de Victor Hugo, Stefan Zweig, Maurois, Gorki, Tolstoi, Anatole France, Aldous Huxley, Dickens, Alan Poe, Chesterton, Conrad, K. Mansfield, Machado de Assis, e muitos outros, enfim o melhor da literatura. A apresentação de cada história era precedida de informação sucinta sobre a peça e de cada autor. Não sabemos se “Lutas para a Liberdade da América Latina” chegou a ser levado ao ar. Era uma série diferente. Falar em liberdade política naqueles tempos de férrea ditadura é pouco provável que a censura permitisse, mas o texto vale a pena ser relido e meditado ainda nos dias de hoje.
ESBOÇO DE ROTEIRO PARA O PROGRAMA
“A LUTA PELA LIBERDADE DAS AMÉRICAS”
Tema geral do programa:
A nossa liberdade foi conquistada em séculos de luta gloriosa, de sacrifícios e heroísmo, de renúncia e de dedicação. Vale a pena lutar para defender a liberdade conquistada pelos nossos antepassados nas terras da América.
52 programas de 15 minutos cada um, dramatizando episódios e vultos da luta pela liberdade nas Américas.
Características gerais do programa: um Narrador e numerosos rádio-atores, efeitos de som e músicas. Cenas rápidas, focalizando sempre um herói e um ou mais episódios de cada etapa da luta pela liberdade no continente americano.
1º programa – Uma família junto do rádio, ou vê o radio-jornal, que anuncia notícias da guerra. Um rapaz elogia os regimes totalitários e argumenta: nós não temos nada que ver com essas lutas. Eu quero é trabalhar, ganhar dinheiro e gozar a minha vida. Uma moça não entende nada de nada e só diz tolices (elemento cômico). O pai então rebate e discute: vocês não sabem quanto custou, de sacrifício e luta, a liberdade que vocês têm... o direito de trabalhar, ganhar dinheiro e gozar a vida... Entra o Narrador e começa a contar A LUTA PELA LIBERDADE NA AMÉRICA, anunciando-o.
2º programa – A Europa medieval. Obscurantismo e intolerância. Primeiras luzes. Galileu afirma que a terra é redonda e é perseguido. O Narrador encerra, anunciando-o.
3º programa – O caminho das riquezas da Índia, monopólio das repúblicas italianas e dos turcos, que enriquecem num mundo empobrecido. Os portugueses abrem o caminho do Cabo das Tormentas. Henrique – o Navegador – na Escola de Sagres, estuda para conquistar a LIBERDADE DOS MARES. O sonho do Atlântico.
4º programa – Na Ilha Atlântica, um navegador genovês... Colombo, que tudo sabia aprendeu nos mares. Colombo, filho das luzes do Renascimento. As portas de Granada sitiada, Isabel recebe Colombo. O Narrador prepara a entrada do
5º programa – A viagem. Colombo e a revolta a bordo. O cansaço e a descrença de todos. A incompreensão vencida pelo exemplo. A descoberta da América. A ambição predomina e Colombo é preso. Vão entrar os conquistadores. O Narrador prepara o
6º programa – Como se vence um país desunido: à frente de um pequeno grupo de espanhóis, Cortês conquista o México. O heroísmo dos aztecas não bastou, porque eles estavam desunidos.
7º programa – A destruição dos Incas. Todos os descendentes do Sol queriam o poder e o conquistador soube aproveitar as lutas internas para destruir a civilização incáica. Pizzarro.
8º programa – Os índios unidos sabem lutar. A resistência cós araucanos no Chile, durante quase 400 anos. Lautaro, símbolo da juventude americana.
9º programa – A Liberdade das Raças. Bartolomé de las Casas, o dominicano, assiste os horrores da escravidão dos índios e protesta contra ela.
10º programa – A Liberdade de Crenças. O Paraguai, primeiro subjugado e primeiro a se sublevar.
11º programa – A Liberdade de Comércio. Os flibusteiros, piratas e bucaneiros libertam as Antilhas do monopólio marítimo do comércio espanhol.
12º programa – A Liberdade de Consciência. Os peregrinos de Mayflower e a primeira Constituição do Novo Mundo.
13º programa – A formação da consciência nacional. Os bandeirantes no Brasil.
14º programa – A liberdade política: a Revolução Americana. Washington recusa o trono.
15º programa – José Joaquim de Maia e Jefferson. Tiradentes.
16º programa – A Revolução Francesa. Seus reflexos na América.
17º programa – Primeiras lutas da independência nacional nas Américas.
18º programa – A liberdade nacional. Napoleão conquista a Espanha. Revoluções nas colônias ispano-americanas. A revolução liberal de Riego, na Espanha, coincide com os desejos dos sul-americanos. Espanhóis e portugueses vêm lutar na América, contra a Metrópole. Mais forte do que o absolutismo é o desejo de liberdade de todos os povos.
19º programa – Miranda. Miranda na Europa. Miranda na Revolução Americana. Miranda na Revolução Francesa. O libertador romântico. Miranda na Venezuela.
20º programa – Simon Rodriguez, o professor da liberdade. Seu aluno se chama Simon Bolívar. Bolívar na Europa.
21º programa – Bolívar sobe o Chimborazo. O juramento de Bolívar. As revoluções bolivarianas. O terremoto.
22º programa – Bolívar salvo pela sua amada. Bolívar, o Libertador. Suas campanhas.
23º programa – San Martin.
24º programa –
25º programa – Bolívar recusa o trono. Bolívar recusa-se a invadir o Brasil. Bolívar sonha com a União Continental.
26º programa – Os Estados Unidos se formam. Jefferson, o pai da democracia americana. Jefferson em Monticello.
27º programa – O drama do México: o cura Hidalgo, Iturbibe e seu império malogrado.
28º programa – México triunfa.
29º programa – Toussaint Louverture nas Antilhas.
30º programa – A Liberdade de Imprensa. Hipólito José da Costa e o “Correio Brasiliense”. Pedro I, José Bonifácio, Gonçalves Ledo.
31º programa – A União Continental. Primeiros atos. A Santa Aliança.
32º programa – Benito Juarez salva a Democracia no México. Napoleão III vencido.
33º programa – Lutadores e apóstolos. Rosas e Sarmiento na Argentina.
34º programa – A Liberdade de Trabalho: Lincoln. A União Americana se salva pela Liberdade.
35º programa – A liberdade da inteligência: Castro Alves, Joaquim Nabuco, os abolicionistas.
36º programa – Uruguai, um pequeno país que dá lições ao mundo: Battle Y Ordonez.
37º programa – O desafio da liberdade: Cuba.
38º programa – A liberdade econômica. O imigrante. Chegam imigrantes de toda a parte do mundo.
39º programa – A América aperfeiçoa a liberdade. Descobertas, invenções, máquinas. A liberdade dos ares: Santos Dumont. A cultura e a técnica. Edison, etc. etc.
40º programa – A primeira grande guerra. O sonho e a desilusão de Wilson.
41º programa – A liberdade em crise. O mundo escravo em formação.
42º programa – o desafio do destino. O totalitarismo toma o poder, na Europa. Nações divididas pela intriga, pela corrupção e pela descrença no valor da liberdade.
43º programa – Muitos cidadãos deste continente vêm as ditaduras totalitárias com bons olhos. “Viajantes” suspeitos percorrem este Hemisfério. Eles queimaram livros nas ruas de Berlim.
44º programa – O porta voz da democracia. Franklin Roosevelt reacende a flama da esperança.
45º programa – A conspiração mundial contra a liberdade. O Pacto do Eixo.
46º programa – A invasão. A batalha da França. A batalha da Rússia.
47º programa – A China resiste. Kurusu vai para Washington.
48º programa – Pearl Harbour. A conferência do Rio de Janeiro.
49º programa – A América defende a liberdade. O arsenal das democracias. Mobilização total.
50º programa – O encontro do Atlântico: a Carta do Atlântico.
51º programa – A América libertada. Mensagem aos povos dominados.
52º programa – A invasão da Europa! A liberdade, afinal. Epílogo, com o Narrador dando a palavra ao pai, ao filho, à moça, que fazem apelos pela união da defesa da liberdade.
Observações
Os programas serão dramatizados, isto é, teatralizados, com o máximo de naturalidade. Quase sempre os acontecimentos históricos serão vistos através da vida de uma família da época, cujos membros estejam envolvidos nos acontecimentos que a ação dramática relata. O Narrador só intervem no fim e às vezes no começo.
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