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ACL - FUNDO DE ARQUIVO CARLOS LACERDA
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/ Lacerda e a literatura de Cordel |
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AS OBRAS DE CARLOS LACERDA AUTOR: José João dos Santos (Mestre Azulão)
Juscelino ao construir Brasília, uma obra rara Para a Sede Federal Que do Rio se separa Então no Rio de Janeiro Lacerda foi o primeiro Governo da Guanabara
Quem foi o Carlos Lacerda Quer saber, faça o favor De lê este meu livrinho Que descreve com teor As obras realizadas Do maior governador
São obras que transformaram O grande Rio de Janeiro Resolvendo mil problemas Que afetam o Rio inteiro Das suas sábias manobras Resultaram as grandes obras Dum construtor verdadeiro
Foram centenas de obras Por ele realizadas Escolas, parques e casas Pras famílias faveladas Hospitais e avenidas E as redes construídas De águas canalizadas
O grande Rio de Janeiro Crescendo a todo momento Com o problema da água Era enorme o sofrimento Então o governador Construir com mais vigor O maior saneamento
As velhas redes estavam Arcaicas e superadas Deixando em todos os bairros As famílias sufocadas Muitos de latas na mão Faziam reclamação Dando inúteis passadas
A tubulação que ia Levar água pra cidade Rompia sobre a pressão Devido a antiguidade Sendo o abastecimento Fraco no atendimento Da grande necessidade
A água naquele tempo Vinha do plano primeiro Lá do Ribeirão das Lajes Para o Rio de Janeiro Aproveitando nascentes Que desciam das vertentes De serra e despenhadeiro
O governador Lacerda Tomou uma decisão Pra canalizar a água Fazendo uma escavação Num túnel, este sistema Resolveria o problema Com exata solução
Essa consulta foi feita Com mais de um engenheiro Furar por baixo das serras Gastaria um bom dinheiro Mas acabaria a mágoa Nunca mais faltava água Em todo o Rio de Janeiro
São quarenta e dois quilômetros Que o grande túnel tem Com altura e com largura Que passa um vagão de trem Onde a água é permanente E assim eternamente Não vai faltar pra ninguém
Não fosse Carlos Lacerda A nossa grande cidade Sem a água do Guandu Pra dizer a verdade A grande população Enfrentaria um sertão De seca e calamidade
Tem muita gente no Rio Que ainda não teve a vez De conhecer esta obra Brasileiro ou português Que conhece praia e ilha Mas não sabe a maravilha Que Carlos Lacerda fez
Não fosse Carlos Lacerda O trânsito como estaria Da zona sul para o centro Eram horas de agonia Os túneis que construiu Foi que desobstruiu O Trânsito do dia-a dia
Os túneis e avenidas De grande empreendimento Também o Parque Flamengo Desafogando o momento Do Trânsito mais arrojado Quando fica engarrafado No intenso movimento
Os setecentos quilômetros De esgotos que ele fez Duzentas escolas públicas De Ginásio vinte e três Urbanizando favelas, Viadutos, passarelas, Foram feitas dezesseis
Recuperou prédios públicos Toda rede hospitalar Também dezesseis mil casas De estilo popular Cinqüenta mil favelados Foram beneficiados Comprando seu próprio lar
Mais de mil obras que foram Planejadas, construídas No governo de Lacerda Foram todas concluídas Obras pra todos os fins Escolas, parques, jardins Estradas e avenidas
Deixou uma infinidade De construção valorosa Fazendo a nossa cidade Mais segura e mais famosa Seu valor não há quem some Fazendo jus a seu nome Cidade Maravilhosa
Do governador Lacerda Não podemos esquecer Que ele fez de bondade Ninguém viu outro fazer Foi o único Brasileiro Que fez o Rio de Janeiro Evoluir e crescer
O seu espírito de luz De valor e eloqüência Governou o nosso Estado Com mais alta eficiência Como bom governador Foi administrador Da mais nobre inteligência
O homem que governou Sem a ninguém perseguir Se integrando há missão De criar e construir Protegendo os pequeninos A feira dos Nordestinos Deu forças pra prosseguir
Quando o Abastecimento Foi acabar nossa feira Ele mandou que a polícia De lá saísse ligeira Que a feira Nordestina Era pura e genuína De grande honestidade e ordeira
Quem fosse lá do palácio Pedir-lhe uma proteção Ele de maneira alguma Lhe respondia que não Ouvia o pedido atento Procuravam no momento Dar a melhor solução
Até o Mestre azulão Se achando perseguido Quando vendia seus livros Na praça era coagido Fez queixa ao Governador Lacerda com muito amor Deu aval ao seu pedido
Disse o poeta que estava Sendo alvo de pirraças Por parte de alguns fiscais Que lhes faziam ameaças Lacerda fez-lhe homenagem Autorizando a vendagem Dos seus livretos nas praças
Zé Renato, um bom poete Escreveu do seu sistema O seu livro, Flor do Mato Pra publicar deu problema Lacerda ficou ciente Mandou sua gráfica urgente Publicar o seu poema
Carlos Lacerda foi grande Escritor e jornalista Amante das belas artes Do poeta e do artista Dava apoio de cordel E o cantador repentista
Nos eventos que fazia Em toda inauguração Tinha o grande sanfoneiro Pra melhor animação Ficava regozijado De estar sempre do lado De Luiz, Rei do Baião
Em todas as construções Ele estava presente Dando apoio aos operários Sempre alegre e sorridente Dizendo ao encarregado Mantenho o máximo cuidado Pra evitar acidentes
Ele além de homem sábio Foi grande governador Defendia a qualquer preço O homem trabalhador Para o bom pai de família Ter casa, emprego e mobília Saúde, paz e amor
Me orgulho em descrever A vida dum homem ordeiro Zeloso e batalhador Um ilustre brasileiro Lacerda com seu poder Ajudou muito a crescer O grande Rio de Janeiro
30 de Outubro de 2005.
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